Sociedade | 01-02-2024 10:00

Presidente da Nersant assume que associação está a bater no fundo

António Pedroso Leal presidente da Associação de Judo do Distrito de Santarém

Nersant quer vender pavilhão em Torres Novas para pagar 2 milhões de dívida. Pedroso Leal deu uma entrevista à Lusa onde assume que a situação financeira da Nersant é complicada e que só resta vender património. O problema é convencer a câmara a pagar o valor que a Nersant quer pelo pavilhão, que só lhe pertence em cerca de 35% do valor.

A Associação Empresarial da Região de Santarém – Nersant aprovou as linhas estratégicas e um orçamento de 1,9 milhões de euros (ME) para 2024 tendo decidido vender o seu pavilhão de feiras/exposições em Torres Novas para resolver dívidas de cerca de 2 ME. “Encontrei uma associação, não vou esconder, endividada, tem um conjunto de dívidas com alguma importância, umas garantidas por hipoteca, outras não, e que naturalmente preocupam qualquer gestor”, disse à Lusa António Pedroso Leal, que sucedeu no cargo ao empresário de Abrantes, Domingos Chambel.
Pedroso Leal disse ainda ter encontrado uma associação num “fim de ciclo daquilo que são os projectos financiados”, o que definiu como “problemático” porque “fecha projectos e tem que se repor dinheiro e fazer pagamentos”. Para pagar as dívidas, o dirigente pretende recorrer ao capital da associação, que está representado por valores imobiliários avaliados em 8 ME, património que “pode ser vendido ou hipotecado”, em caso de necessidade.
É o caso do pavilhão de feiras da Nersant que se encontra ao abandono e que conta no seu interior com um restaurante, um auditório com 270 lugares e outras instalações que há muitos anos deixaram de ser rentabilizadas. Pedroso Leal, que iniciou em Agosto um mandato válido para três anos, disse à Lusa estar em conversações com entidades públicas, nomeadamente o poder político local, e com entidades privadas, tendo afirmado que o município de Torres Novas seria o parceiro ideal.
Assegurando já ter recebido manifestações de interesse, Pedroso Leal disse, no entanto, que a Nersant “não está para dar ou vender o pavilhão ao desbarato”. “Neste momento passa pelo pavilhão a solução financeira da associação, não vale a pena escondê-lo. As coisas são transparentes e estão à vista”, mas por valores “na ordem de grandeza da avaliação das Finanças” (1,9 ME), frisou.
O dirigente insistiu que “a sustentabilidade da associação” (…) passa por “rentabilizar-se a si própria” e defendeu que a Nersant “não pode estar dependente toda a vida do património que ela própria tem” para resolver o actual problema de défice. “Temos condições actualmente de ultrapassar as dificuldades de uma forma suave, quanto mais breve melhor (…) E planeá-lo passa por esses dois vectores. Ou o sector público olha para isso ou o privado olha para isso e temos a solução do problema”, concluiu.

À margem/opinião

A Nersant é tipo gato escondido com o rabo de fora

Para já anuncia que a Nersant tem três mil empresas associadas mas na última assembleia-geral só 80 sócios voaram para a sua eleição. Apesar das cartas de alguns sócios ainda não foi anunciado quantas empresas associadas participaram no acto eleitoral.

O actual presidente da Nersant teve coragem finalmente para vir a público dar conta do que o seu antecessor andou a esconder. Aparentemente, António Pedroso Leal não quer que a associação continue a depender de dinheiro do bolso de Domingos Chambel, que enquanto foi presidente da Nersant desbaratou o crédito que a associação sempre somou durante os seus anos de vida. O que não disse ainda foi que o Pavilhão de Exposições que quer vender é em boa parte património da Câmara de Torres Novas e da AIP (Associação Industrial Portuguesa) no total de 65 % do seu valor.
Aparentemente, e a confiar nas declarações à Lusa, António Pedroso Leal já percebeu que tem que meter pernas ao caminho e deixar-se de modas com o seu antecessor. Falta saber se vai conseguir. Para já anuncia que a Nersant tem três mil empresas associadas mas na última assembleia-geral só 80 sócios voaram para a sua eleição. Apesar das cartas de alguns sócios ainda não foi anunciado quantas empresas associadas participaram no acto eleitoral.

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