A histórica socialista e ex-presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha, é uma das surpresas da lista do PS pelo círculo eleitoral de Lisboa, entregue no tribunal a 29 de Janeiro, surgindo em 20º lugar na lista de nomes apresentados pela Comissão Política Nacional do PS às legislativas antecipadas de 10 de Março. Um lugar que não garante, com tranquilidade, a eleição da deputada vilafranquense.
Questionada por O MIRANTE, Maria da Luz Rosinha diz não sentir que a sua colocação em 20º lugar seja uma desconsideração por tudo o que já deu à região e ao Partido Socialista nos últimos anos. “Quando aceitei entrar nestas lides da política estava preparada para fazer escolhas e com essas escolhas por vezes ter de lidar com as consequências”, afirma. A ex-presidente do município diz esperar ser eleita e lembra que o chegou a ser nas legislativas que deram vitória a António Guterres, na altura concorrendo em 21º. “Aceito esta escolha. Mas quem fez as listas tinha critérios que não passaram, por exemplo, pelo reconhecimento do trabalho desenvolvido nos últimos anos mas sim com outras razões que todos conhecemos”, refere.
Da lista do PS por Lisboa, que é encabeçada por Mariana Vieira da Silva, conta-se ainda em 23º lugar a também deputada Vera Braz, de Azambuja, num lugar também ele desafiante para garantir uma eleição. Da lista entregue constam também três outros nomes de Vila Franca de Xira: o vereador socialista João Pedro Baião (em 39º), a nova presidente da concelhia vilafranquense Diana Mota em 47º e Ana Carla Costa, indicada pela estrutura federativa das mulheres socialistas, em 48º.
Por Lisboa o PS apresenta por esta ordem, nos dez primeiros, os nomes de Marcos Perestrello, Fernando Medina, Marta Temido, Pedro Delgado Alves, Sérgio Sousa Pinto, Edite Estrela, Miguel Cabrita, Pedro Vaz e Ana Paula Bernardo. O presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos, André Rijo, surge em 15º.

Paulo Afonso bate com a porta
Depois de seis anos à frente da concelhia de Vila Franca de Xira do Partido Socialista, Paulo Afonso, que era apoiante de José Luís Carneiro para líder do partido, anunciou a sua renúncia ao cargo de presidente da concelhia há duas semanas e a suspensão do mandato de eleito na assembleia municipal, onde era líder de bancada. Estará também ausente das reuniões da assembleia municipal até Julho.
A O MIRANTE, Paulo Afonso, que é dirigente na Cercipóvoa, alega questões pessoais e profissionais para a decisão e diz que deixou muito do seu tempo profissional para trás que precisa de recuperar. Mas O MIRANTE sabe que na génese da saída está um posicionamento contrário à actual liderança socialista. Paulo Afonso excluiu-se ainda antes de terem sido decididos os nomes a apresentar por VFX à corrida parlamentar.
Crente de que fez um trabalho ímpar na concelhia, Paulo Afonso diz que “está na hora de passar a pasta a quem possa fazer melhor”. Ganhou tudo o que havia a ganhar em Vila Franca de Xira nos últimos seis anos e conseguiu obter uma vitória histórica que deu aos socialistas a conquista de todas as juntas de freguesia do concelho. Será agora Diana Mota, a número dois da concelhia, a liderar os destinos daquele órgão até às eleições que deverão acontecer em Setembro/Outubro.
Quando comunicou a decisão aos militantes, apurou O MIRANTE, Paulo Afonso terá dito que não se trata de um até sempre mas antes um até já, mantendo-se fiel ao PS. Uma das leituras que alguns militantes fizeram para a sua saída é o facto de ter apoiado José Luís Carneiro e ter sido Pedro Nuno Santos o vencedor da corrida à liderança nacional dos socialistas.