Maior colecção de puzzles tridimensionais do país está em Tomar
Jorge Mascarenhas tem, em Tomar, uma colecção com mais de 700 puzzles tridimensionais vindos de diversos países. O interesse pela actividade surgiu na Finlândia depois de terminar o curso de arquitectura. Catarina Oliveira ajuda o padrinho a aumentar a colecção e explica a O MIRANTE os benefícios dos puzzles em comparação com os videojogos.
O maior coleccionador de puzzles tridimensionais de Portugal vive em Tomar há 37 anos e é professor-coordenador no Instituto Politécnico de Tomar, arquitecto, escritor e ainda desenha e pinta. Jorge Mascarenhas, de 63 anos, esteve à conversa com O MIRANTE, a propósito do Dia Mundial do Puzzle, onde mostrou a sua colecção com mais de 700 puzzles tridimensionais. O coleccionador teve o seu primeiro puzzle tridimensional em arames aos 14 anos, em Macau, mas foi quando esteve na Finlândia, após o seu curso de arquitectura, que desenvolveu o interesse e começou a coleccionar.
Devido aos Invernos rigorosos na Finlândia era costume terem puzzles tridimensionais para ocupar o tempo numa altura em que existiam poucas tecnologias. O gosto pela geometria descritiva e pela matemática, matérias em que tirava excelentes notas, também contribuíram para o seu interesse, explica, acrescentando que começou a aumentar a sua colecção nas viagens que realizava para outros países. Japão, França, Finlândia, Inglaterra, Estados Unidos da América e Portugal são alguns dos países de onde vieram os puzzles da colecção, feitos em diversos materiais, nomeadamente plástico, madeira, vidro e metal. Entre os mais variados puzzles de encaixe, rotação ou deslizamento, é possível encontrar na sua colecção caixas de segredos, garrafas de sumo em peças, rodelas de ananás que se montam dentro de um copo de vidro, entre outros artigos. Jorge Mascarenhas conta que há puzzles que demoram dias a resolver e outros que nunca conseguiu resolver, embora nunca dê o tempo por perdido uma vez que a actividade o ajuda a descontrair do stress diário.
Os efeitos negativos dos videojogos
A afilhada do coleccionador, Catarina Oliveira, de 31 anos, começou a partilhar o seu entusiasmo depois de Jorge Mascarenhas lhe oferecer um cubo de rubik quando tinha 12 anos. Impressionada com a enorme colecção do padrinho foi tentando resolver vários puzzles e, hoje em dia, viajam juntos para aumentar a colecção. Enquanto psicóloga, Catarina Oliveira não tem dúvidas de que os puzzles tridimensionais desenvolvem as capacidades intelectuais como a observação e análise, capacidade de planeamento e estabelecimento de estratégias para encontrar a solução, criatividade, raciocínio lógico, memória visual, perseverança e resiliência, bem como outras competências como a motricidade fina relacionada com a capacidade de executar movimentos precisos com as mãos. A especialista diz que os videojogos, embora sejam mais prazerosos no imediato, trazem consequências como a adição, ansiedade, baixa tolerância à frustração e incapacidade de reagir adequadamente às adversidades. Jorge Mascarenhas sublinha que os puzzles tridimensionais podem ser feitos em família promovendo a interacção, convívio e combatendo o isolamento causado pelos dispositivos eletrónicos.