Para a CDU não há dúvidas: o novo aeroporto deve ser em Benavente
Bernardino Soares é o cabeça de lista da CDU por Santarém e, numa sessão onde foram apresentadas prioridades e compromissos para a região, deixou claro que a coligação continua a defender a solução de Benavente para o novo aeroporto.
O cabeça de lista da CDU pelo distrito de Santarém às eleições legislativas antecipadas de 10 de Março defende a construção do novo aeroporto de Lisboa no concelho de Benavente e refere que a CDU e o PCP sempre apoiaram essa opção, desde que foi colocada na mesa. Bernardino Soares falava numa sessão realizada ao final da tarde de quarta-feira, 24 de Janeiro, no Centro Cultural Regional de Santarém, onde a coligação apresentou algumas das suas prioridades e compromissos.
Questionado por O MIRANTE sobre a questão do novo aeroporto, tendo em conta que é candidato pelo distrito de Santarém e que duas das opções de localização se situam nesse território – Benavente e Santarém – Bernardino Soares foi taxativo: “Para um aeroporto público só há uma opção, é em Benavente. Nós já temos uma empresa concessionada por 50 anos a uma multinacional, que é a ANA, entregue à Vinci, não precisamos de ter um novo aeroporto entregue a interesses privados mais ou menos obscuros. Há muitos anos que o PCP e a CDU têm vindo a defender que o novo aeroporto deve ser no campo de tiro no concelho de Benavente. E não dizemos uma coisa aqui, outra em Benavente e outra na Assembleia da República. Dizemos o mesmo em todo o lado e é esse o nosso compromisso para a próxima legislatura”.
Problemas e prioridades
Em relação aos problemas e propostas da CDU, expostos por Bernardino Soares, José Rui Raposo e Fabrícia Pereira centraram-se para já em três áreas: valorização do trabalho e dos trabalhadores; melhoria das acessibilidades e dos transportes públicos e reforço dos serviços públicos. Muitos dos problemas apontados são velhos conhecidos, como a necessidade de novas travessias sobre o Tejo nas zonas de Chamusca e Constância; uma nova travessia do Sorraia em Coruche; a conclusão da A13 entre Almeirim e Barquinha; a construção de variantes à EN118, nomeadamente nas principais localidades entre Almeirim e Chamusca; a reactivação do transporte de passageiros na linha ferroviária entre Setil e Vendas Novas; ou a supressão de passagens de nível no troço entre Santana-Cartaxo e Entroncamento.
A degradação de serviços públicos foi também apontada, como no caso das repartições de Finanças que passaram a atender só da parte da manhã e por marcação, e não foi esquecido o estado de degradação em que se encontram edifícios do Estado, como o do Comando Distrital da PSP em Santarém ou da antiga Estação Zootécnica Nacional, no Vale de Santarém.
As questões laborais também tiveram particular atenção, com Bernardino Soares a denunciar os baixos salários praticados na região, o uso e abuso da precariedade laboral, os horários desregulados e a exploração de mão de obra imigrante. Nesse campo ficou também a promessa de aumentar o salário mínimo nacional para mil euros já em Maio. O mandatário da candidatura, João Madeira Lopes, disse que estão a torcer para que Bernardino Soares volte à Assembleia da República, “porque faz lá falta”, tal como o deputado eleito por Santarém, perdido nas últimas legislativas.