Futuro dos jovens alunos deve ser decidido sem pressões ou julgamentos
A palestra “À conversa com pais e encarregados de educação – orientação vocacional” decorreu no Centro Cultural do Entroncamento. Especialistas na área e alunos debateram sobre os principais factores que condicionam as escolhas e o futuro dos estudantes.
As dificuldades em escolher uma área de estudo na transição para o ensino secundário foi um dos principais temas da palestra “À conversa com pais e encarregados de educação – orientação vocacional”, que decorreu no Centro Cultural do Entroncamento, no dia 20 de Janeiro. A pressão dos pais e a gestão de expectativas dos jovens são outros dos factores, segundo os especialistas, a ter em conta no processo de tomada de decisão.
Renato Paiva, consultor pedagógico, diz que os jovens sofrem actualmente de uma dependência de felicidade imediata e não têm capacidade de gerir a de frustração. Margarida Costa, directora do Agrupamento de Escolas do Entroncamento, acredita que a escolha da área a seguir no secundário é fundamental no percurso académico e que os alunos deviam ser expostos a cenários de escolha mais vezes para se desafiarem e conhecerem melhor. A directora do agrupamento e o consultor pedagógico concordam com a visão de que é muito mais enriquecedor para os jovens criarem um currículo adaptado a si e aos seus gostos, que lhes permita desenvolver capacidades mais próximas do seu perfil pessoal e profissional.
As profissões do futuro e a inclusão da inteligência artificial no mercado de trabalho foram outros dos temas abordados. António Silva, presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária do Entroncamento, acredita que a robótica não vai conseguir substituir a mão-de-obra humana, embora seja essencial encarar a evolução sem medos.
Indecisão causada pela falta de informação
A indecisão devido à falta de informação que os alunos têm, assim como a pressão realizada por alguns pais, são considerados os maiores factores que condicionam a tomada de decisão dos alunos. Renato Paiva acredita que existe a ideia de que os resultados escolares definem um perfil, mas na realidade apenas definem o desempenho escolar. Catarina da Costa, antiga aluna, dá o seu exemplo, contando que tinha resultados escolares muito bons e que por isso sempre sofreu pressão para seguir a área de Ciências. No entanto, por se rever em trabalhos mais criativos, seguiu Artes e diz que foi uma decisão ganhadora.