Sociedade | 09-02-2024 21:00

Vila Franca de Xira fechou o centro de acolhimento para sem-abrigo

Estrutura foi criada durante a pandemia para dar resposta social a quem estava na rua mas fechou dois anos depois e não há expectativa de voltar a abrir. A sede de concelho é a que tem mais gente a viver na rua.

O centro de acolhimento de pessoas sem-abrigo, criado pela Câmara de Vila Franca de Xira em 2020 para acolher quem precisava de apoio durante a pandemia de Covid-19, fechou portas e o município não planeia a sua reabertura apesar da sede de concelho ser a que tem mais pessoas sinalizadas a viver na rua.
O centro, recorde-se, foi criado por proposta da anterior vereadora do PSD, Helena Pereira de Jesus, e funcionou num espaço, situado no antigo Mercado do Levante da cidade, na Quinta da Mina, com oito camaratas para homens e dois quartos para mulheres. Representou um investimento municipal a rondar os 100 mil euros. Tinha como objectivo apoiar os sem-abrigo e dar-lhes algum conforto adicional permitindo-lhes, por exemplo, obter abrigo nas noites mais frias de Inverno.
Após dois anos aberto o espaço fechou e o município justifica o encerramento com a evolução favorável da pandemia que, no seu entender, deixou de justificar mantê-lo em funcionamento. Isto porque, notou a autarquia na última semana, os serviços sociais do município já acompanham as 29 pessoas que, por todo o concelho, estão sinalizadas como estando a viver em condições de sem-abrigo. A cidade de Vila Franca de Xira é a que tem mais gente a viver nessas condições (11 pessoas), seguida da União de Freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa (6), União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho (5), Vialonga (4) e a União de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz (3). Na União de Freguesias da Castanheira do Ribatejo e Cachoeiras não estão identificadas pessoas nessa situação.
A Coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT), pela voz de David Pato Ferreira, tem sido uma das forças políticas que mais tem questionado o executivo sobre o assunto em reuniões de câmara e ainda recentemente perguntou o que tem feito a gestão socialista para ajudar as pessoas que vivem na rua. O presidente da câmara, Fernando Paulo Ferreira (PS), diz que as respostas vão sendo dadas à medida das necessidades. “A perspectiva é sempre conseguir retirar as pessoas da rua e fazemos isso regularmente. Mas algumas delas não pretendem esse apoio e o trabalho de as retirar da rua não é só de convencimento das pessoas”, afirmou, lembrando que muita gente criou hábitos de vida que não lhes permitem voltar a uma vida activa em sociedade.
Fernando Paulo Ferreira acrescentou que sempre que necessário o município apoia com cobertores ou outros bens que os serviços de acompanhamento social entendam ser necessário. E lembrou também que sempre que as temperaturas baixam em demasia a câmara pode recorrer aos serviços da Protecção Civil e dos bombeiros para dar apoio aos que mais precisam. Segundo o município, o número de pessoas a viver em situação de sem-abrigo no concelho não tem registado uma evolução significativa face aos anos anteriores.

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