Sociedade | 10-02-2024 21:00

Caça e caminhadas convivem pacificamente na Mata Nacional de Escaroupim

Caça e caminhadas convivem pacificamente na Mata Nacional de Escaroupim
Mata Nacional do Escaroupim tem 438 hectares e é responsável por alimentar os coalas do Jardim Zoológico de Lisboa

Na Mata Nacional do Escaroupim, em Salvaterra de Magos, é possível realizar um percurso pedestre de cerca de 8,5 quilómetros em contacto com a natureza, mas também é possível caçar em parte dessa propriedade do Estado.

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas diz que a convivência entre essas actividades tem sido pacífica apesar das dúvidas e preocupações de alguns cidadãos.

A prática da caça na Mata Nacional do Escaroupim causa dúvidas e preocupações a alguns cidadãos do concelho de Salvaterra de Magos por se tratar de uma área protegida, de lazer e prática desportiva. O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) explicou a O MIRANTE que a permissão de caçar em parte dessa mata, aprovada em 2014, deveu-se à sobrepopulação de coelho-bravo, que constituía um problema grave para os terrenos e culturas agrícolas circundantes, bem como à proliferação de javalis, uma espécie “em expansão” que necessita de ser gerida e controlada. O ICNF sublinhou ainda que a maior parte dessa mata do Estado está inserida nos 10% de área da Zona de Caça Municipal de Escaroupim onde não é permitido caçar.
O ICNF concessionou a gestão cinegética para a Associação de Caçadores Tiro e Queda Benavense, de Benavente, em 2014. A licença de caça foi renovada em 2020 mantendo-se válida até Outubro de 2026, caso a actividade continue a decorrer dentro da normalidade. “Um dos objectivos do ICNF é também fomentar o ordenamento cinegético na grande maioria dos terrenos. A gestão das populações de fauna cinegética e não cinegética é muito mais fácil de ser realizada em terrenos ordenados que tenham um interlocutor directo com a administração. Só através da actividade cinegética regular será possível chegar a um equilíbrio”, lê-se na resposta dessa entidade ao nosso jornal.
O ICNF não recebe contrapartidas por qualquer transferência ou concessão dos direitos de exploração e adianta que existem outras matas nacionais e perímetros florestais onde foi transferida a gestão cinegética a entidades devidamente habilitadas. No caso da Zona de Caça Municipal do Escaroupim, que abrange parte da mata nacional, a grande maioria dos caçadores tem acesso à área através de uma inscrição e sorteio definidos anualmente no Plano Anual de Exploração aprovado pelo ICNF. “Ao longo de quase dez anos de vigência da ZCM do Escaroupim não há registo de queixas ou conflitos entre o funcionamento da zona de caça e os utentes daquele espaço florestal”, sublinha essa entidade que tutela os parques naturais do Estado e outras áreas protegidas.
A Mata Nacional do Escaroupim tem 438 hectares e está arborizada em 346 hectares com pinheiro-manso, pinheiro-bravo e eucalipto. Em 1953 foi plantado um arboreto de 125 espécies diferentes de eucaliptos que é considerado um dos mais completos da Europa, destinado a ensaios de carácter científico. Em 2019 foi inaugurado o Percurso Pedestre da Mata Nacional do Escaroupim para dar a conhecer o vasto património natural da aldeia avieira, do rio Tejo e da Mata Nacional. O percurso de cerca de 8,5 quilómetros está integrado no Guia de Percursos Pedestres da Lezíria do Tejo, promovido pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (ERTAR) com a colaboração da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos e do ICNF.

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