População de Alcoentre descontente com atrasos nas obras da extensão de saúde
Utentes da extensão de saúde de Alcoentre estão há mais de um ano sem apoio de proximidade e à espera que as prometidas e anunciadas obras arranquem de vez. Município de Azambuja diz que reorganização dos cuidados de saúde levou a que tivesse que ser feita nova candidatura ao PRR.
Os utentes da freguesia de Alcoentre, no concelho de Azambuja, não aceitam o adiar sucessivo do arranque das obras na extensão de saúde local, que está encerrada há mais de um ano, e foram à última reunião do executivo da Câmara de Azambuja demonstrar o seu desagrado, depois de já em Dezembro terem organizado um protesto público. “Alcoentre está a definhar em vários aspectos. Perdeu serviços, nomeadamente os CTT, era para ter um posto da GNR que ficou em Aveiras. Estamos a envelhecer e precisamos de saber o que se vai passar com a saúde”, referiu António Loureiro, que falou como porta-voz dos utentes que se deslocaram aos Paços do Concelho na manhã de 30 de Janeiro.
A população, vincou, quer saber quando é que as obras vão efectivamente avançar depois de o arranque previsto para Dezembro não se ter concretizado. Esta, recorde-se, foi a segunda data falhada, sendo que a primeira a ser anunciada para o começo da empreitada naquela extensão de saúde - encerrada devido a problemas de infiltração de água no gabinete médico e sala de enfermaria - foi Janeiro de 2023.
O presidente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio (PS) afirmou em resposta ao munícipe que precisamente no dia anterior à reunião foi submetida, na plataforma do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a candidatura para as obras na extensão de saúde, com um investimento elegível na ordem dos 350 mil euros. “Agora vamos esperar a sua aprovação para podermos lançar o procedimento [concursal] das obras. Foi feito um levantamento exaustivo, contratamos um gabinete para fazer levantamento para tudo o que estava em causa: cobertura do edifício para evitar infiltrações, melhoria do espaço interior e aquecimento”, especificou o autarca.
O mais recente atraso deve-se, explicou a vereadora com o pelouro da Saúde, Ana Coelho, à constituição da Unidade Local de Saúde do Estuário do Tejo que fez com que a Administração Regional de Saúde, que tinha apresentado candidatura para a obra ao PRR, tivesse deixado de existir. A candidatura teve que voltar a ser feita, desta vez pelo próprio município que assumiu, desde 1 de Janeiro de 2024, as competências na área da Saúde.
Utentes de Alcoentre vão ao médico a Manique
Uma das hipóteses que tem estado em cima da mesa para dar resposta aos utentes de Alcoentre ao nível dos cuidados de saúde primários é a instalação de um gabinete médico provisório no quartel dos Bombeiros de Alcoentre, onde em tempos já funcionou esse serviço com médico contratado pela junta de freguesia. No entanto, fez saber Silvino Lúcio, tem havido atrasos na instalação do sistema informático (VPN) que permite aos médicos aceder à informação clínica dos utentes. O autarca vincou que já demonstrou o seu desagrado com esta demora ao presidente da Unidade Local de Saúde Estuário do Tejo, Carlos Andrade Costa.
Enquanto não se resolve a questão que permitirá aos utentes ter médico através do projecto Bata Branca no quartel, segundo a vereadora Ana Coelho, já foi acordado com o novo coordenador do Centro de Saúde de Azambuja que, a partir deste mês de Fevereiro, um médico irá deslocar-se quatro dias por semana a Manique do Intendente para atender os utentes dessa união de freguesias e os de Alcoentre, que terão dias específicos para consultas.