Sociedade | 12-02-2024 21:00

Célia Ferreira é a nova presidente dos Bombeiros Voluntários de Alverca

Célia Ferreira é a nova presidente dos Bombeiros Voluntários de Alverca
Há sangue novo na direcção dos Bombeiros de Alverca. Célia Ferreira é a nova presidente da associação

É a terceira corporação de bombeiros do concelho de Vila Franca de Xira que vai ser gerida por uma mulher, depois das vizinhas Póvoa de Santa Iria e Vialonga. Célia Ferreira quer manter as contas em dia e dar mais condições físicas e operacionais aos bombeiros da sua terra.

Manter as contas em dia e garantir que a população poderá sempre contar com os Bombeiros Voluntários de Alverca (BVA) são algumas das prioridades da nova presidente da direcção da associação humanitária, Célia Ferreira, recentemente eleita para um mandato de dois anos.
Após vários meses de incerteza quanto ao futuro dos órgãos sociais da instituição - onde num primeiro momento não apareceram listas candidatas - Célia Ferreira tranquiliza a comunidade dizendo a O MIRANTE que apesar do seu mandato ser de dois anos espera continuar ao serviço após esse período, apostando num compromisso de longo prazo com a associação.
É a primeira vez que a alverquense de 53 anos, gestora de serviços partilhados do Ministério da Saúde, abraça o desafio do associativismo depois de ter sido desafiada por amigos e colegas para o fazer. A O MIRANTE, Célia Ferreira explica que a sua relação com os bombeiros já vem de longe: o pai foi bombeiro e o irmão ainda hoje está no activo na instituição. “Tomámos posse há muito pouco tempo e ainda não consigo identificar quais os problemas que a associação possa ter, ainda estamos a tentar perceber. Prefiro ter a certeza e confirmar primeiro”, explica.
É a terceira corporação de bombeiros do concelho de Vila Franca de Xira a ter como presidente da direcção uma mulher, juntando-se aos Bombeiros da Póvoa de Santa Iria, liderados por Andreia Revez e aos Bombeiros de Vialonga, presididos por Cristiana António. “As mulheres são mais racionais que os homens e temos a capacidade de realizar várias tarefas ao mesmo tempo”, diz com um sorriso a nova dirigente, que se assume como uma pessoa incapaz de estar parada e que precisa de estar sempre em movimento.
“A nossa prioridade é devolver a capacidade operacional ao corpo de bombeiros. Para isso precisamos de mais recursos humanos e substituir algum material. Manter as contas em dia é o mais importante e não dar passos maiores que a perna. Temos de nos preocupar com o bem-estar destes homens e mulheres”, explica. A corporação abriu concursos para bombeiros que tiveram boa adesão e a instituição tem hoje perto de 80 bombeiros.

“Não podemos estar só à espera dos subsídios da câmara”
Na apresentação dos novos corpos sociais, realizada na noite de quinta-feira, 1 de Fevereiro, no quartel da corporação, estiveram as chamadas forças vivas da cidade, incluindo entre outros Ana Maria Lima, presidente do conselho de administração da Fundação CEBI, o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira, e o presidente da União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho, Cláudio Lotra. As palavras mais duras da noite foram deixadas por José Pina, presidente da assembleia-geral dos BVA, que alertou que as associações humanitárias estão por um fio.
“Enquanto isto estiver assente na boa vontade um dia isto colapsa. Um socorrista não tem uma carreira. Isso faz-me confusão. Se os políticos não tiverem a coragem de alterar este paradigma do voluntariado estas casas vão colapsar e as primeiras pessoas a sofrer serão a sociedade civil”, avisou. Para José Pina, o associativismo parece apenas existir enquanto as pessoas precisarem dele e isso, criticou, não pode acontecer.
Ao mesmo tempo avisou os autarcas que os apoios devem ser reforçados e que a instituição precisa de encontrar fontes alternativas de financiamento para não estar sempre dependente dos cheques da câmara, alertando a nova direcção para a tarefa árdua que têm pela frente. A presidente, Célia Ferreira, concordou com as palavras de José Pina. “Concordo com tudo o que ele disse, não podemos estar só à espera dos subsídios da câmara. Temos de fazer alguma coisa para conseguir angariar algumas verbas”, conclui.

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