Sociedade | 13-02-2024 21:00

Ler em voz alta melhora a comunicação e estimula a criatividade

Ler em voz alta melhora a comunicação e estimula a criatividade
Fernanda Narciso é artista plástica e responsável pela oficina de teatro e artes plásticas da academia de teatro do Círculo Cultural Scalabitano

A propósito do Dia Mundial da Leitura em Voz Alta, que se assinala a 1 de Fevereiro, O MIRANTE falou com Fernanda Narciso, responsável pela oficina de teatro e artes plásticas do Círculo Cultural Scalabitano.

A responsável diz que ler em voz alta para crianças é uma boa prática para conquistar futuros leitores.

Fernanda Narciso, artista plástica e responsável pela oficina de teatro e artes plásticas da academia de teatro do Círculo Cultural Scalabitano, diz que a leitura em voz alta desenvolve a capacidade cognitiva e serve de estímulo à criatividade. A responsável olha para a terapia da fala como uma ferramenta útil para corrigir situações em que exista algum problema no discurso oral. A emoção aplicada no discurso, tal como a criação de uma intenção, devem no seu entender fazer parte da leitura em voz alta para se conseguir fugir à monotonia. “Ler em voz alta, principalmente para as crianças, pode ser o melhor caminho para conquistar futuros leitores”, considera.
O MIRANTE falou com a artista plástica scalabitana a propósito do Dia Mundial da Leitura em Voz Alta, que se assinala no dia 1 de Fevereiro. Fernanda Narciso realiza com alunos da academia exercícios ao nível da articulação do discurso e da projecção da voz. No teatro refere que a palavra ocupa uma posição central. “É evidente que as pessoas que querem fazer teatro têm de ter cuidado e muita atenção à maneira como falam e articulam as palavras”, sublinha. No seu ponto de vista, a leitura em voz alta desenvolve a capacidade cognitiva e serve de estímulo à criatividade. “A pessoa que está a ler tem de ter a capacidade de cativar a audiência”, explica.
Fernanda Narciso nasceu em 1957, época do aparecimento da televisão em Portugal. Recorda com nostalgia a altura em que existiam os teatros radiofónicos nos quais os actores, através da sua habilidade, conseguiam prender os ouvintes utilizando apenas a voz. As histórias que lhe foram contadas na infância contribuíram em parte para o trabalho que realiza actualmente, vinca. A leitura de histórias em lares para motivar os utentes e promover o bem-estar social é também uma das suas missões.
Fernanda Narciso não tem dúvidas de que os exercícios que normalmente se realizam no teatro “não servem só para os actores, servem para toda a gente”, nomeadamente as técnicas de respiração que envolvem a abertura do tórax e dão mais clareza à voz e maior projecção. Embora admita que não tem tantos cuidados com a sua voz como desejava, garante que evita ao máximo o que lhe é prejudicial, como por exemplo não fazer uma hidratação correcta ao longo do dia.

Caminho ligado às artes plásticas
Fernanda Narciso começou a ter aulas de desenho muito cedo com o professor Américo Marinho. Frequentou o IADE – Faculdade de Design, Tecnologia e Comunicação onde teve aulas com o professor e pintor Espiga Pinto e no “Arco” - Centro de Arte e Comunicação Visual foi aluna do professor José Mouga. Já realizou exposições de pintura em Santarém, como as “Raízes”, no Teatro Sá da Bandeira, e “Tudo de mim”, na Sala de Leitura Bernardo Santareno. O espaço onde dá asas à sua criatividade fica na aldeia de Perofilho, onde também promove residências artísticas. As tintas, o papel, as telas, o pano, o linho e as ervas são materiais que utiliza mais frequentemente. Aos seus netos tenta transmitir que é possível criar arte com materiais disponíveis no dia-a-dia de cada um.

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