Cratera no centro de Vila Chã de Ourique sem solução à vista
No centro de Vila Chã de Ourique permanece há mais de uma década um enorme buraco num local onde devia ter sido construído um hotel, que ficou pelos caboucos.
O terreno foi comprado por investidores australianos que lhe pretendem dar um destino, mas só depois de concluírem o projecto de transformar a Herdade de Vale de Algares num hotel rural.
Ainda não existe projecto para avançar com qualquer construção que elimine a enorme cratera existente há mais de uma década no centro de Vila Chã de Ourique, para onde esteve prevista a construção de um hotel que ficou pelos caboucos. O vice-presidente da Câmara do Cartaxo, Pedro Reis (PSD), explicou a O MIRANTE que os investidores australianos que compraram esse terreno e a Herdade de Vale de Algares, situada a um quilómetro de distância do centro da vila, dão prioridade ao projecto da herdade.
“Existe um projecto para construção de um hotel rural na herdade de Vale de Algares, que estão a recuperar, num investimento de cerca de seis milhões de euros. Após a conclusão deste projecto pretendem avançar para o local onde hoje está um buraco para investir numa unidade hoteleira ou outro projecto semelhante. É um investimento muito grande para o concelho do Cartaxo que pode trazer bastante desenvolvimento económico”, esclareceu Pedro Reis a O MIRANTE.
Em Dezembro de 2013 O MIRANTE contava a história desse empreendimento mal sucedido que resultou num enorme buraco com uma área semelhante à de um campo de futebol. O então vereador do PSD, Vasco Cunha, ironizava dizendo que era o segundo maior buraco do concelho do Cartaxo, a seguir às contas da câmara. A empresa promotora do investimento, Quatro Âncoras, estava então em grandes dificuldades tendo requerido a insolvência depois de passar por um Processo Especial de Revitalização.
Em 2011 essa mesma empresa de investimentos imobiliários, turísticos e agrícolas entregou um processo de licenciamento na Câmara do Cartaxo. O projecto de arquitectura foi aprovado em 2012. Entretanto avançaram as escavações no local mas a Quatro Âncoras nunca apresentou os projectos de especialidade. O que levou o município, no Verão de 2013, a aprovar a caducidade do processo de arquitectura por já se terem esgotado os prazos legais. A Divisão de Urbanismo do município notificou a empresa para exercer o seu direito de audiência prévia em Agosto de 2013 mas não recebeu resposta.
Dois meses depois foi requerida a insolvência no Tribunal do Cartaxo. Entre os credores estavam bancos, Finanças, Segurança Social, uma empresa de engenharia e consultoria, entre outras. O terreno acabou por ficar na posse de um banco, que entretanto o vendeu a um investidor australiano que ali pretende criar uma unidade hoteleira. Não se sabe é quando.