Sociedade | 24-02-2024 18:00

Família queixa-se da forma como idoso foi tratado no Hospital Distrital de Santarém

Família queixa-se da forma como idoso foi tratado no Hospital Distrital de Santarém
Família de António Ferreira queixase da forma como este foi tratado no Hospital Distrital de Santarém. fotoDR

António Francisco Ferreira, de 81 anos, reside no Lar de São Domingos, em Santarém, há cerca de cinco anos e encontra-se debilitado. A 23 de Janeiro foi transportado à Urgência do Hospital Distrital de Santarém. Família queixa-se que o idoso foi tratado de forma indigna.

A família de António Ferreira queixa-se que este foi tratado de forma indigna durante o tempo que esteve na Urgência do Hospital Distrital de Santarém (HDS). António Francisco Ferreira, de 81 anos, reside no Lar de São Domingos, em Santarém, há cerca de cinco anos e encontra-se debilitado. No dia 23 de Janeiro acordou sem saber onde estava, com muita dificuldade em falar e não se conseguia movimentar. Foi chamada uma ambulância pouco depois das 09h00 que o transportou para o HDS.
Nuno Ferreira, um dos irmãos do doente, explica a O MIRANTE que António Ferreira, que já teve vários AIT (Acidente Isquémico Transitório), passou o dia todo na Urgência e que o hospital telefonou depois das 21h00 para que fosse buscar o irmão. “A forma como vi o meu irmão sair do hospital deixou-me muito desconfortável. Vinha a escorregar na cadeira de rodas e percebia-se que não estava bem. Para mim, o meu irmão não estava em condições de sair do hospital”, afirma Nuno Ferreira, que lamenta não ter conseguido falar com nenhum médico ou enfermeiro quando o foi buscar.
Nuno Ferreira afirma que, contrariamente ao que aconteceu noutras vezes em que António Ferreira foi internado no HDS, desta vez veio apenas com uma carta manuscrita e rubricada pelo médico onde se informava que o doente estava com uma infecção brônquica e uma prescrição para tomar dois antibióticos. “Habitualmente, quando o meu irmão fica nas urgências sabemos que exames e análises foram feitos e os resultados dos mesmos. O médico dá-nos o diagnóstico. Desta vez ficamos sem saber de nada. Continuo a achar que o meu irmão não estava em condições para ter alta; e deixá-lo sair sem vir um médico ou enfermeiro falar com os familiares não é uma forma muito digna de tratar os doentes, ainda por cima quando são velhos”, lamenta, acrescentando que teve ajuda de uma auxiliar que, mesmo sem poder com o irmão, ajudou-o a chegar ao carro.
António Ferreira regressou ao lar onde vive e desde então não voltou a ir ao hospital. A sua família formalizou queixa no portal do HDS, na Ordem dos Médicos e na Entidade Reguladora da Saúde e Liga dos Amigos do Hospital de Santarém. “Só obtivemos resposta da Ordem dos Médicos, que nos pediu o número de cédula e nome do médico mas o papel estava escrito à mão e apenas com uma rubrica, não consegui identificar o médico”, conclui.
Contactada por O MIRANTE, a Unidade Local de Saúde (ULS) da Lezíria esclarece que, pelas 21h00 de 23 de Janeiro, a médica responsável contactou a instituição onde se encontra António Ferreira e combinou a alta médica com uma das funcionárias do lar. A ULS da Lezíria esclarece que na receita, além da medicação para o diagnóstico em causa, é possível verificar o nome do médico.
“Importa esclarecer que o Relatório de Alta/Nota de Alta não se aplica ao serviço de urgência sendo um documento para efeitos de internamento (aquando da Alta Clínica). No serviço de urgência poderá, em alguns casos, ser fornecida a impressão do episódio de urgência mas, no caso em análise, a referida informação terá sido substituída por uma Carta de Informação Clínica do Médico, documento relevante onde consta o diagnóstico e terapêutica”, esclarece a ULS da Lezíria.

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