No aeromodelismo do Entroncamento é preciso ser “Pikuinhas”
Associação “Os Pikuinhas”, no Entroncamento, dedica-se ao aeromodelismo desde 2009 e já tem vários prémios conquistados, tanto na vertente de exposição como na de competição.
Carlos Lemos, presidente da associação, explica a O MIRANTE que a actividade requer muita minúcia, rigor e concentração e lamenta a falta de interesse dos mais novos.
Carlos Lemos e Eduardo Cruz são presidente e vice-presidente da associação de aeromodelismo “Os Pikuinhas”. A associação iniciou-se na vertente estática ou seja na criação de maquetes de aviões e réplicas em escala real apenas para exposição. Em 2009 introduziu o aeromodelismo como vertente lúdica e actualmente são uma referência na região na modalidade.
O nome da associação surgiu pela exigência e rigor que é preciso para desenvolver a actividade. “Na vertente estática e no aeromodelismo é preciso ter muita concentração e atenção aos detalhes. Muitos dos praticantes fazem os seus próprios modelos e é preciso ser mesmo picuinhas para fazer as coisas de forma minuciosa”, explica Carlos Lemos com um sorriso no rosto. Habilidade com trabalhos manuais, concentração e gosto pelo que se faz, que obriga a roubar muito tempo a outras coisas, são outras das características que o presidente da associação considera fundamentais para ser um bom aeromodelista.
Eduardo Cruz, antigo militar, explica que há conceitos e noções que se podem levar para a aviação, mas que é muito mais fácil pilotar um avião real do que um aeromodelo. Para estarem aptos a voar os aeromodelistas têm de completar um curso na Associação Nacional de Aviação Civil (ANAC) e ter licença da federação. Os dirigentes contam que da associação já saíram pilotos profissionais, muitos deles continuam a exercer.
Iniciaram competição federada apenas em 2020. Na vertente de competição exterior são usados modelos comandados por rádio e a gasolina. A prova consiste em manter o avião no ar durante dez minutos após o motor se desligar utilizando as correntes térmicas. Na prova interior são usados modelos de avião eléctricos, mais pequenos e mais leves, com um motor de um grama e meio e enrolado à mão com elásticos. O objectivo é manter o avião no ar o máximo de tempo possível uma vez que não são controlados e depende da forma como é construído e adaptado ao tipo de prova.
Um dos problemas que dá algumas noites mal dormidas aos dirigentes da colectividade é a falta de interesse dos jovens pela modalidade. “É um problema nacional. A média de idades do aeromodelismo é de 56 anos. Temos um atleta mais novo de 11 anos, mas os restantes andam pela casa dos 50 anos. O mais velho tem 72 anos. É preciso angariar novos praticantes e fazermos actividades que cativem os jovens, como demonstrações em escolas por exemplo. O melhor prémio conquistado pela associação foi conseguido ainda na vertente de exposição com um prémio internacional numa cidade em Inglaterra. No aeromodelismo, apesar de apenas terem iniciado a competição em 2020, o melhor prémio pertence a Carlos Lemos, que conseguiu o segundo lugar no troféu ibérico.