Executivo da Golegã avança para tribunal por causa de obras no Equuspolis
O projecto do Jardim Equuspolis, na Golegã, previa uma ponte flutuante a atravessar a Lagoa da Alverca do Campo. A ponte ficou por construir e o actual executivo queixa-se de uma “empreitada mal executada” com materiais de fraca qualidade, tentando agora apurar responsabilidades.
A obra de reabilitação das margens da Lagoa da Alverca do Campo, que incluía a reabilitação do Jardim Equuspolis e a construção de uma ponte flutuante a ligar o jardim à outra margem (e que não chegou a ser construída), tem sido alvo de estudo pelo actual executivo da Golegã, liderado por António Camilo. A qualidade dos materiais também não corresponde ao contratado, segundo apurou O MIRANTE, embora o valor da empreitada, aprovada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo no âmbito da candidatura ao Plano de Regeneração Urbana (PARU), tenha sido pago na totalidade, cerca de 1,1 milhões de euros.
Ouvidos por O MIRANTE, o presidente da câmara, António Camilo, e o vice-presidente, Diogo Rosa, apontam para uma “empreitada mal executada” e para alterações ao projecto por parte do anterior executivo, presidido por José Veiga Maltez, quando a obra já ia atrasada. “No tempo do presidente Veiga Maltez houve uma série de alterações que foram feitas à obra que no nosso entender foram mal feitas, o que levou a que tenham sido entregues tardiamente ou que nunca tenham sido entregues”, explica Diogo Rosa, que dá o exemplo da qualidade e da própria composição dos materiais. O autarca acrescenta que na tomada de posse do actual executivo, em 2021, o bar situado no Equuspolis não foi entregue com equipamentos e canalização necessária.
Recorde-se que em Março de 2017 foi assinado o contrato relativo à obra de reabilitação das margens da Lagoa da Alverca do Campo pela mão do antigo presidente da câmara Rui Medinas. A segunda fase da intervenção ficou a cargo do executivo de Veiga Maltez que tomou posse em Outubro de 2017. “O anterior executivo lança as culpas para cima do anterior empreiteiro e o anterior empreiteiro para cima do anterior executivo”, lamenta Diogo Rosa. O actual vice-presidente da autarquia assegura não haver perigo para os utentes que frequentam o espaço. “A sugestão que temos é fazer algumas melhorias, inclusivamente no passadiço”, explica, acrescentando que entretanto foram concretizados dois campos de padel e está a ser contruído um parque de exercício ao ar-livre no Equuspolis, fruto de uma proposta apresentada e votada pelos alunos do Agrupamento de Escolas de Golegã Azinhaga e Pombalinho, na Assembleia Jovem da Golegã. “Gostávamos que a ponte fosse construída porque existe potencial de aproveitamento da margem sul da lagoa para percursos pedestres e um circuito de manutenção enquadrado na envolvente da lagoa. Não existe justificação, não havia razões de segurança ou de indisponibilidade de materiais”, conclui.
Segundo o site da câmara, o objectivo da empreitada era a reabilitação e expansão de um equipamento público existente que se situa a pouca distância do centro da vila e pretende assumir-se como um pólo atractivo para a prática de manutenção física e desportiva juntamente com um estudo de arranjos exteriores que procuram dignificar aquela zona.