Horta cultivada por reclusos continua a ajudar famílias com o apoio do município de Torres Novas
Câmara municipal não quis deixar cair o projecto implementado no Estabelecimento Prisional de Torres Novas que ajuda a alimentar centenas de famílias do concelho através da distribuição de cabazes sociais.
A Câmara de Torres Novas decidiu acolher o projecto da horta vertical implementado no Estabelecimento Prisional de Torres Novas (EPTN), que ajuda a alimentar mais de uma centena de famílias carenciadas naquele concelho, assegurando o seu financiamento. Segundo adiantou a O MIRANTE o presidente do município, Pedro Ferreira, “os custos não são significativos” nem comprometem o orçamento municipal, tratando-se de uma quantia de cerca de sete mil euros anuais. Para o autarca socialista, a não continuidade do projecto por falta de apoio financeiro seria “uma marcha atrás perigosa e sem jeito”, pois o que se quer “é que continue e com reflexo através dos cabazes sociais que se produzem”.
O vereador Joaquim Cabral sublinhou que este é um “projecto inovador com uma função social de mérito” na medida em que possibilita “a produção de produtos hortícolas que contribuem, através da constituição de cabazes, para a alimentação de famílias carenciadas”. Faz por isso todo o sentido, vincou, que possa ter continuidade.
De acordo com a técnica do município, Helena Caetano, que tem acompanhado de perto o projecto das hortas verticais do EPTN, a metodologia de distribuição continuará a contar com o apoio da Cáritas, delegação de Torres Novas da Cruz Vermelha Portuguesa e do Centro Comunitário Rosto. Por mês, acrescentou, espera-se que consigam distribuir entre 150 e 170 cabazes.
O projecto, recorde-se, foi desenvolvido pela Upfarming, assentando num sistema hidropónico, através do qual as plantas em desenvolvimento num substrato em lã de rocha recebem os nutrientes necessários através de uma solução introduzida na água que é conduzida por gravidade. Em Outubro do ano passado O MIRANTE esteve a acompanhar os reclusos no processo de produção dos hortícolas e dos cabazes. Para a directora do EPTN, Paula Quadros, o projecto é uma “mais-valia” e uma forma de os reclusos “poderem devolver à comunidade o que esta tem feito por eles, ajudando famílias carenciadas”.