Sociedade | 28-02-2024 21:00

Habitantes da aldeia da Pereira não desistem de lutar por melhores condições de vida

Habitantes da aldeia da Pereira não desistem de lutar por melhores condições de vida
Habitantes já se queixam há anos de um problema que continua sem solução à vista

Rui Pires, membro do Grupo Acção Pereira, falou novamente com O MIRANTE sobre a luta constante para que o município de Constância não ignore os problemas graves de saneamento que existem na aldeia da Pereira. Neste momento também há problemas com o abastecimento de água, com tubagens a rebentar com frequência.

A luta constante dos habitantes da aldeia da Pereira para que o município de Constância resolva, ou pelo menos demonstre querer resolver, os problemas graves de saneamento básico continua sem resposta. Rui Pires, morador na aldeia e membro do Grupo Acção Pereira, explica que os problemas se mantêm, com a agravante de agora existirem constrangimentos ao nível do abastecimento de água, com tubagens a rebentar com frequência.
Rui Pires recordou a O MIRANTE que, numa assembleia municipal realizada em 2022, interveio para lamentar o facto de nas opções previstas até final do mandato autárquico, liderado pelo socialista Sérgio Oliveira, não estar contemplado o saneamento básico da Pereira, uma aldeia com cerca de 35 habitantes que continuam a pagar uma taxa por um serviço de que não usufruem. “É de lamentar que, perante tudo o que se passa no mundo, o município opte por projectos que implicam a requalificação de avenidas, a criação de novo museu, uma praia fluvial, entre outras. São apostas adiáveis tendo em conta que existe uma aldeia no concelho onde vivem pessoas que não tem saneamento básico”, vinca, acrescentando que o município está a perder uma oportunidade para conseguir que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “faça o que faz humanamente falta”.
Rui Pires não tem dúvidas de que a população da aldeia tem sido tratada com distanciamento pela autarquia. “Criem-se condições simples e básicas de vida e apoie-se a população residente e a iniciativa privada, não descurando ou desclassificando as localidades, e ver-se-á então o desejado desenvolvimento e coesão territorial”, sublinha.

O MIRANTE esteve na aldeia
O nosso jornal visitou a aldeia em 2020 e acompanhou um grupo de habitantes que se queixavam, e ainda queixam, de viverem numa localidade que tem fibra óptica, mas não tem acesso a um serviço que lhes garanta melhores condições de vida. Na altura observámos que algumas caixas de esgoto entopem com frequência, provocando cheiros insuportáveis, e cujos dejectos vão parar a uma ribeira, outrora utilizada para os animais e algumas pessoas matarem a sede.
Para Rui Pires, este assunto ganhou contornos lamentáveis depois de em 2018, a Câmara de Constância ter visto ser aprovada uma candidatura a fundos comunitários, na ordem dos 280 mil euros, para a construção da rede de saneamento e da ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) da Pereira. O projecto não avançou porque, segundo explicou o presidente do município, Sérgio Oliveira, havia terrenos que não estavam registados em nome dos actuais proprietários. Rui Pires diz que não tem havido interesse do município em resolver a questão e chegar à fala com as pessoas. “Nós não queremos o mundo. Só queremos ter saneamento básico”, conclui.

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