Presidente da Junta da Sabacheira alerta para poluição do Nabão causada por suiniculturas
António Graça, presidente da Junta de Freguesia da Sabacheira, diz que as explorações de suinicultura, vacarias e galináceos são uma das principais origens da poluição do rio Nabão. O assunto também foi recentemente discutido em reunião de câmara.
As explorações de suinicultura têm sido apontadas como uma das grandes causas de poluição do rio Nabão, em Tomar. António Graça, presidente da Junta de Freguesia da Sabacheira, onde se encontra a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Seiça, esteve à conversa com O MIRANTE e não escondeu a preocupação pelos constantes episódios de poluição que ocorrem há anos no concelho, em especial no rio Nabão. O autarca refere que as indústrias de suinicultura, vacarias e galináceos cometem “crimes ambientais” e são um dos principais focos de poluição do Nabão uma vez que realizam descargas para o rio que originam maus cheiros, como acontece na ribeira de Ceras, adianta.
António Graça acrescenta que é importante e necessário o trabalho dessas indústrias, mas que é igualmente fundamental punir quem infringe. “O que acontece em Tomar são episódios esporádicos, mas não deixam de ser crimes ambientais”, sublinha, mencionando a importância de saber distinguir o que é crime ou acidente e como ambos se podem resolver.
O presidente da Junta de Freguesia de Sabacheira aproveitou a conversa para esclarecer que a poluição a que se refere nada tem a ver com os problemas na ETAR de Seiça. António Graça explica que a canalização que vem de Ourém até à ETAR não tem separativos de águas pluviais e residuais sendo necessário abrir as comportas da ETAR quando ocorre grande pluviosidade devido à falta de tecnologia e capacidade da estação. “Quando isso acontece a ETAR é obrigada a fazer um relatório à APA, chamar o SEPNA e uma empresa para limpar as lamas do local, que acredito que o fazem, apesar de por vezes ainda se verem resíduos”, afirma. No entanto, as obras para ampliar, remodelar e modernizar a ETAR de Seiça, no valor de cerca de dois milhões de euros, já estão a decorrer e têm fim previsto para Março deste ano.
António Graça alerta ainda para a falta de civismo das pessoas que são apanhadas a despejar águas residuais ou fossas directamente para o rio. O presidente aponta para a necessidade de existir monitorização do rio através de videovigilância. “A Câmara Municipal de Tomar, tal como a Junta de Freguesia da Sabacheira, quando acontece alguma coisa reporta imediatamente”, frisa, destacando a necessidade de um maior envolvimento da APA na resolução do problema e tomada de medidas.