Administração do Hospital de Vila Franca de Xira continua sem reunir com autarcas
Hospital de Vila Franca de Xira evocou ter administradores doentes para adiar o primeiro agendamento da reunião e até hoje os autarcas foram deixados sem resposta. CDU e Nova Geração voltaram a criticar funcionamento do hospital e da nova Unidade Local de Saúde.
O funcionamento da rede primária de cuidados de saúde no concelho de Vila Franca de Xira continua a ser objecto de queixas e críticas apesar da criação da Unidade Local de Saúde (ULS) Estuário do Tejo e três meses depois do executivo municipal ter aprovado a convocação de uma reunião com a administração do hospital que até hoje não se realizou. Uma situação que voltou a gerar críticas na última reunião de câmara de Vila Franca de Xira. A reunião chegou a estar agendada mas foi cancelada por motivos de saúde de alguns dos membros do conselho de administração da ULS.
“Continuo preocupado, ou a administração continua doente ou não querem reunir connosco. Se calhar porque sabem o que esta bancada lhes vai dizer: que os cuidados de saúde são lamentáveis, que a administração da ULS não consegue resolver os problemas e que os utentes continuam a reclamar de falta de condições no hospital”, criticou David Pato Ferreira, vereador da coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT). O autarca espera que a administração liderada por Carlos Andrade Costa não esteja renitente em reunir com o executivo. E deixou o desafio: “venha acompanhar uma reunião de câmara e fale connosco”.
Também a CDU, pela voz de José João Oliveira, lamentou que a rede primária de cuidados de saúde no concelho continue doente. “Temos um novo modelo de gestão que nos parece não estar a ser suficiente para resolver o problema da falta de médicos. Sabemos que numa reunião recente com as comissões de utentes nos foi dado a conhecer o desconforto de Carlos Andrade Costa com o nome recente nomeado para o conselho de administração”, notou. José João Oliveira referia-se à recente nomeação de Duarte Pedro de Sousa Tavares, docente universitário, juiz social e técnico superior da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, como nome indicado pelos cinco municípios servidos pelo hospital para integrar o conselho de administração da ULS.
Autarcas continuam a querer explicações
A proposta de reunião aprovada em reunião de câmara em Novembro último para se realizar uma reunião com a administração do hospital, recorde-se, foi justificada com os “casos repetidos de utentes que são negligenciados”, com o documento a lamentar que o hospital “encontra-se diariamente confrontado com a perda de qualidade dos serviços” após o fim da parceria público-privada incluindo atrasos nos encaminhamentos hospitalares e ameaças de encerramentos de urgências.
“A tudo isso respondem-nos com o facto de estarem a criar o hospital mais tecnológico do país”, notam os autarcas, que não compreendem como é que a gestão do hospital considera a deterioriação dos serviços “uma percepção dos utentes não correspondendo à realidade”. Na visão dos eleitos, “nada podia estar mais longe da verdade sendo revelador de uma cegueira operacional e de gestão que coloca as pessoas em último lugar com responsabilidades directas da tutela”.
Barreira Soares, vereador do Chega, chegou a afirmar na aprovação da proposta que a reunião visa “apurar responsabilidades e pressionar a administração do hospital a fazer mais e melhor” porque, afirmou na altura, “olhamos para o HVFX e vemos o caos em que se tornou”.