Alimentação apelativa e refeitório renovado na Escola Fernandes Pratas em Samora Correia
Projecto R23 foi inaugurado em Samora Correia. Cantina escolar está mais colorida assim como os pratos das novas ementas. Câmara de Benavente aposta em alimentação saudável confeccionada pela prata da casa.
No concelho de Benavente a ideia de que as refeições da cantina da escola deixam a desejar está ultrapassada. O projecto de alimentação saudável e participativa R23 foi um sucesso na Escola Duarte Lopes, em Benavente, e foi replicado na Escola Professor João Fernandes Pratas, em Samora Correia. A nutricionista da Câmara de Benavente, Rute Espanhol, explica a O MIRANTE que o maior desafio é criar menus nutricionais que sejam ao mesmo tempo apelativos. O sucesso deste projecto está na participação de alunos e encarregados de educação nas ementas, em que manifestaram as suas preferências. “Esta geração de jovens tem uma literacia alimentar muito baixa e uma dieta muito restritiva. Os pratos de peixe são os que têm menos aceitação e isso já vem de casa”, diz.
Na Escola Professor Fernandes Pratas almoçam em média 120 alunos por dia. Os jovens decidiram que queriam um buffet de saladas para terem autonomia e temperarem a seu gosto. Com o R23 estão disponíveis o prato mediterrânico e vegetariano e foi adicionada a terceira opção, a que deram o nome de “contradição” e que é uma reinterpretação do prato mediterrânico. “Não podemos apenas cumprir as orientações do Ministério da Educação, temos de ouvir os alunos e ter ementas nutricionais mas que eles consigam comer. Temos lasanha de atum, baguete de atum e salada de atum. Assim podem encontrar algo que gostem e que não desperdicem. Podem repetir o prato se comerem tudo o que levarem, incluindo sopa ou salada, para evitar desperdício” conta a nutricionista.
O refeitório foi remodelado e as paredes estão agora mais coloridas. A decoração foi escolhida pelos alunos. De acordo com Rute Espanhol a partir do momento em que foi implementado o projecto de redução do desperdício alimentar na escola Duarte Lopes aderiram às refeições mais 25% de alunos, com melhor aceitação dos pratos servidos.
Duas mil refeições escolares por dia
A Câmara de Benavente fornece diariamente aos alunos duas mil refeições, através de administração directa. Apesar de ser mais dispendioso, a autarquia aposta em comprar os alimentos, confeccioná-los e distribuí-los através de recursos próprios, intervindo em todo o processo. “Dizem que a alimentação na escola não é boa mas depois vão ao lado comer hambúrgueres. Este é um caminho que temos de construir juntos e o objectivo é abranger o total dos nosso alunos. É mais dispendioso mas tem melhores resultados”, diz o presidente da autarquia, Carlos Coutinho.
Os pais podem experimentar almoçar na escola e têm acesso às ementas através do site do município de Benavente. O R23 vai em breve ser replicado na Escola Básica 2,3 do Porto Alto. Recorde-se que o projecto recebeu no ano passado o Prémio de Alimentação Colectiva e Restauração.
Alunos satisfeitos com o menu
Madalena Ipate, 14 anos, escolheu almoçar massa com atum e diz que se preocupa em comer saudável. Não gosta de peixe e só come carne, excepto atum, mas no tabuleiro tem sempre salada. Almoça todos os dias na escola e diz que o refeitório ficou agora mais bonito, após as obras para receber o R23. Sentada ao lado, a colega de turma, Sara Palma, 15 anos, comeu o mesmo, e levou pão e arroz doce. Almoça três vezes por semana na cantina da escola e escolhe o menu que salta mais à vista.