Cais de Vila Franca de Xira destruído dificulta a vida aos pescadores
Estrutura que já precisava de obras ficou destruída num temporal em Outubro do ano passado e deixou pescadores com problemas acrescidos. Câmara de Vila Franca de Xira diz ter adjudicado a obra na última semana.
Quatro meses depois de ter sido destruído devido ao mau tempo, o pontão de acesso ao cais de embarque do bairro dos avieiros de Vila Franca de Xira continua por reparar e os pescadores continuam obrigados a usar a marina da cidade. Uma situação que tem gerado descontentamento na comunidade e vários inconvenientes para os pescadores, que agora ficam mais longe das estruturas onde guardam as suas artes de pesca.
A Câmara de Vila Franca de Xira garante a O MIRANTE que já adjudicou a obra de reparação do pontão mas diz desconhecer, por enquanto, quando é que os trabalhos de reparação avançam. A tempestade que se abateu na região em Outubro do ano passado destruiu a já frágil estrutura de acesso ao cais de embarque dos avieiros, numa extensão a rondar os 30 metros, que foi arrastada para dentro do rio. O município prometeu na altura tomar medidas rapidamente mas o processo arrastou-se até ao novo ano.
Para ajudar os pescadores a não ficarem tanto tempo sem acesso ao cais de embarque a autarquia articulou com a União Desportiva Vilafranquense, entidade que gere a marina da cidade, para permitir aos pescadores que a utilizem até que a estrutura esteja reparada. O problema, notam alguns pescadores a O MIRANTE, é que a marina ainda dista perto de 400 metros do bairro e para quem tem de acarretar as artes de pesca torna-se um problema.
Na altura em que se deu a destruição do pontão o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira, já tinha avisado que a empresa especializada em reparar aquela estrutura estava com muitas solicitações e que, por esse motivo, a reparação poderia ser demorada. Em várias reuniões de câmara o executivo socialista também foi várias vezes confrontado com críticas por parte da oposição CDU e Chega devido ao arrastar de uma solução para uma requalificação definitiva do local. Numa das últimas em que se ouviram essas críticas o vereador Barreira Soares, do Chega, lembrou que há muito que as condições no cais são terceiro-mundistas, a começar pelos barracões onde se guardam as artes de pesca e que são, para o eleito, “um verdadeiro paiol”. Já para José João Oliveira, da CDU, há muito que a zona dos avieiros está degradada e a precisar de uma grande intervenção.
O cais tem poucas condições para as necessidades e precisa de uma requalificação. É pequeno, as arrecadações provisórias construídas há década e meia tornaram-se definitivas, e estão estragadas e são exíguas, e os pontões tinham a madeira podre e a desfazer-se. Não há espaço para guardar as redes, nem contentores do lixo e o mato raramente é cortado. Quem vive do sustento dado pelo rio há muito deu a conhecer a O MIRANTE a sua indignação de ter de trabalhar num espaço que precisa de mais atenção e um novo olhar por parte do município.