Sociedade | 06-03-2024 12:00

Segurança Social remete para a Justiça caso de mãe de VFX que luta pelos filhos

Segurança Social remete para a Justiça caso de mãe de VFX que luta pelos filhos
Paula Filipa Mourão perdeu os filhos quando foi internada e desde então não conseguiu reaver a guarda dos menores

Paula Filipa Mourão tem estado numa luta para conseguir reaver a guarda das crianças, que lhe foram retiradas quando teve de ser internada num hospital.

A Segurança Social, entidade que tem estado a acompanhar o caso de Paula Filipa Mourão, a mãe de Vila Franca de Xira que está a tentar reaver a guarda dos seus dois filhos depois de ter voltado de um internamento hospitalar, confirma a O MIRANTE que o assunto está na esfera judicial a aguardar decisão. Aquele organismo respondeu ao nosso contacto após o apelo desesperado de Paula Filipa Mourão, que tem as camas das crianças feitas e os brinquedos nos quartos à espera que regressem a casa. Há dois anos que tenta recuperar a guarda das crianças mas sem sucesso.
A vida de Paula Mourão, de 28 anos, tem sido pautada pelo sacrifício. Foi criada no norte do país pelos avós e veio aos 14 anos viver com a mãe em Vila Franca de Xira numa casa de renda apoiada pelo município junto às piscinas da cidade, onde ainda hoje reside.
Além de uma relação problemática de sete anos, em que foi vítima de violência doméstica, acumulou dois trabalhos para conseguir ganhar o suficiente para dar a melhor vida possível aos dois filhos, de cinco e quatro anos. O excesso de trabalho e a pressão da relação deterioraram o estado de saúde mental de Paula Mourão, que sofreu um distúrbio bipolar e foi internada compulsivamente numa unidade psiquiátrica durante dez dias. Nesse período, como as crianças não podiam ficar com o pai, foram encaminhadas pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Vila Franca de Xira para uma unidade de acolhimento em Lisboa e depois para o centro de acolhimento temporário da Fundação CEBI de Alverca.
Por ordem do Tribunal de Família e Menores a guarda das crianças foi entregue a acolhimento de familiares de Paula Mourão. “No fim do ano um juiz de família e menores decidiu prorrogar durante mais seis meses a estadia dos menores junto da família de acolhimento. Mas não há motivo aparente para essa prorrogação. Quando fui ouvida pelo juiz nem tive oportunidade de falar nem tão pouco a minha advogada”, lamentou a mãe a O MIRANTE.
Paula Mourão trabalha num supermercado do Carregado onde está efectiva há um ano, está medicada e a ser acompanhada no hospital. As perícias médicas indicam que consegue exercer as funções parentais. O último relatório médico, emitido a 29 de Dezembro de 2023, revelava que se encontrava estável e motivada para continuar os tratamentos e acrescentava não haver indícios de consumos aditivos. “Mostrou preocupação com os filhos e a vontade de voltar a ter uma vida em conjunto”, lê-se.
O desespero da mãe acentua-se a cada dia que passa. “Sinto-me injustiçada pelo tribunal e pela Segurança Social. Não são capazes de ver o lado de uma mãe que ficou doente mas que já está a recuperar. Só falta ter os meus filhos de volta comigo para ter uma vida feliz”, lamentava.

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