Cada vez há menos bombeiros voluntários
David Lobato é comandante da Protecção Civil no Médio Tejo. Entrou para os bombeiros aos 14 anos e nunca mais deixou aquela que é a sua paixão.
Entrou para os bombeiros aos 14 anos e nunca mais deixou aquela que é a sua grande paixão. Natural de Alcoentre e a morar no Cartaxo, considera que a criação dos comandos sub-regionais trouxe muitas vantagens apesar de também ele ter sido céptico em relação à mudança. Uma entrevista para assinalar o Dia da Protecção Civil que se comemorou a 1 de Março.
Em que medida é que o facto de haver bombeiros voluntários, municipais e sapadores tem influência na articulação e no modo de actuação?
Acho que se complementam. Quanto mais bombeiros houver melhor. Os bombeiros são muito mais do que apagar incêndios. Estamos cá o ano inteiro, em todas as situações de socorro.
As corporações voluntárias não deviam ser profissionalizadas de uma vez por todas?
Acho que sim, mas temos que questionar se o país tem capacidade para isso. É difícil ter essa capacidade financeira porque estamos a falar de um custo grande. O voluntariado tem que funcionar sempre como um complemento. Todos os corpos de bombeiros, mesmo as associações humanitárias que são as detentoras dos corpos de bombeiros, têm uma componente profissional com as Equipas de Intervenção Permanente.
“Pelos riscos que correm os bombeiros são mal pagos”
Sai mais barato ao Estado ter associações de bombeiros e por isso é que se diz tão bem da existência deste tipo de corporações?
Sim, sai mais barato ao Estado. Não há modelos perfeitos mas talvez o modelo francês seja o mais justo e quase perfeito, onde o próprio voluntário é pago com base naquilo que ganha no seu trabalho.
É fácil recrutar bombeiros voluntários?
Não é fácil. Temos cada vez menos bombeiros voluntários. As pessoas estão cada vez menos disponíveis para trabalhar sem ser pago porque está a dar o seu tempo e é difícil não ser remunerado.