Sociedade | 08-03-2024 15:00

Tiago Carrão: “Em poucos anos vão faltar cerca de 30 mil professores em Portugal”

Tiago Carrão: “Em poucos anos vão faltar cerca de 30 mil professores em Portugal”
Tiago Carrão, vereador no executivo da Câmara Municipal de Tomar

O MIRANTE não acompanha a campanha eleitoral para as legislativas por razões que se prendem com a falta de actualização da lei eleitoral; até ao dia da reflexão só falaremos de eleições nos casos em que o Homem morder o cão. No entanto estamos ligados. Todas as nossas notícias reflectem o dia-a-dia das pessoas e das instituições da região. Este jornal vai para as bancas a três dias das eleições e é o nosso contributo para darmos voz a quem ajuda a gerir o território e já sabe que vai eleger políticos de quem nada pode esperar ao nível da coesão territorial porque o Sistema aparentemente não o permite.

Tiago Carrão, vereador do PSD na Câmara Municipal de Tomar, afirma que os protestos e manifestações das forças de segurança, agricultores e professores revelam que é urgente haver um entendimento e que o futuro Governo deve ter como prioridade sentar-se à mesa com os intervenientes dos sectores de actividade. Sobre o ensino, o autarca lamenta os números que têm vindo a público. “Preocupa-me profundamente que os números revelem que dentro de poucos anos vão faltar cerca de 30 mil professores em Portugal. Nada está a ser feito para evitar esse cenário. É muito importante rever a carreira dos professores, torná-la atractiva, de forma a se conseguir atrair bons profissionais porque são eles que moldam as gerações futuras”, sublinha.
Sobre a falta de acesso a cuidados de saúde, Tiago Carrão lamenta os constantes episódios de encerramento de urgências básicas. “Isso penaliza, em primeiro lugar os utentes que estão à espera de ter um serviço de proximidade. Quem está no terreno vê que continua a haver filas de espera de madrugada nos centros de saúde para conseguir apanhar uma vaga e muitas vezes saem de lá sem a conseguir. É preciso estudar o modelo de acesso aos cuidados de saúde e incluir o sector privado na equação”, defende.
Tiago Carrão diz que é preciso implementar políticas de fixação de jovens, uma vez que, adianta, nos últimos anos um em cada três jovens emigrou. “Pior é pensarmos que, dos que cá ficam, em cada quatro há um que está desempregado, e dos que estão empregados, três em cada quatro ganha menos de mil euros”, salienta, acrescentando que os problemas na habitação têm um impacto negativo. “No arrendamento não há uma oferta capaz e suficiente e a que há tem preços exagerados. É um mercado que está a funcionar de forma desregulada”, vinca.
Para o autarca de Tomar, a sua grande preocupação é que, quem tem um emprego, não tem garantida a estabilidade de vida. “No tempo dos meus pais quem tivesse emprego conseguiu ter uma vida digna. Hoje, em muitos casos, é preciso ter dois empregos para conseguir pagar as contas”, refere.
Tiago Carrão afirma que a localização do novo aeroporto internacional de Lisboa revela a incapacidade das nossas entidades em encontrar soluções. “Sabemos que o aeroporto de Lisboa está no limite e precisamos de uma solução porque a perspectiva que temos para o sector aeroportuário é obviamente de crescimento. Creio que ouvi o tema ser tratado por alto num dos debates, mas foi muito superficialmente para um investimento de vários milhares de milhões e que, se a opção for Santarém, pode trazer coesão territorial ao país”, realça.

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