Agricultores que utilizam Barragem do Carril vão continuar sem água
Presidente da Câmara de Tomar diz que ainda não tem informações concretas sobre a gestão e os problemas que têm existido na Barragem do Carril. Agricultores temem problemas nas culturas por causa da falta de água para regadio. Direcção Regional de Agricultura e Pescas adiantou que fornecimento de água está impedido até reparação da conduta.
O presidente da Câmara Municipal de Tomar revelou, em sessão camarária, que ainda não tem respostas concretas para dar aos agricultores de São Pedro sobre os seus receios relativamente à disponibilidade de água da Barragem do Carril que está a pôr em causa as próximas culturas. Hugo Cristóvão afirmou que ainda não tem novas informações concretas sobre a Barragem do Carril, depois de questionado pela vereadora Lurdes Ferromau Fernandes (PSD) sobre a reunião com a Direcção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAPLVT). “As diligências têm sido, essencialmente, infrutíferas”, afirmou o presidente, esclarecendo que o executivo está disponível para pertencer à gestão da barragem, apenas se forem transferidos meios adequados do Estado Central ou se forem “obrigados”. Caso contrário, o autarca refere que não querem assumir a responsabilidade.
Recorde-se que, numa reunião de câmara anterior, os agricultores demonstraram estar preocupados relativamente à disponibilidade de água para a próxima época de culturas, devido às constantes rupturas de condutas na barragem que estão a condicionar as suas decisões sobre se avançam para as próximas culturas. Isto porque, em 2023, uma ruptura de uma conduta impediu os agricultores de utilizarem a água da barragem para regar as culturas, prejudicando as colheitas e causando prejuízos de milhares de euros.
O assunto foi abordado na última Assembleia Municipal de Tomar, depois da Direcção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAP LVT) ter avançado em comunicado que o abastecimento de água vai continuar impedido. Bruno Graça (CDU) destacou a importância da infraestrutura para a população que trabalha no sector primário, que se tem visto impedida de utilizar a água há vários meses, em consequência de rupturas nas condutas. Augusto Barros (PS) defende que quem utiliza a água deve pagar de forma a contribuir para as despesas dos arranjos das condutas que rebentem. Américo Pereira (InN) destaca que a solução passa pela gestão da infraestrutura pelos beneficiários, sugerindo que a maioria dos proprietários e regantes se organizem numa entidade associativa ou corporativa e concessionem a barragem.
Sabe-se que a barragem pode vir a ser explorada por empresas privadas, sendo que o município também tem intenção de fazer parte da sua gestão num modelo público-privado. O Aproveitamento Hidroagrícola do Carril tem uma área de 378 hectares e engloba cerca de 920 prédios rústicos e 613 proprietários. A barragem abrange as freguesias de São Pedro de Tomar, União de Freguesias de Tomar, União deFreguesias de Serra e Junceira e União de Freguesias de Casais e Alviobeira.