Excesso de velocidade, poluição e insegurança preocupam moradores do Casal do Freixo
Moradores do Casal do Freixo dizem estar saturados de propostas de gabinete e querem técnicos da Câmara de Vila Franca de Xira no bairro para encontrar soluções estruturadas para os problemas de trânsito. Município diz que não tem pedidos de reunião e que os arruamentos previstos no loteamento estão concluídos.
Excesso de velocidade, poluição, insegurança, falta de passeios e buracos no pavimento têm sido uma dor de cabeça para os moradores do Casal do Freixo, em Vialonga. O bairro há muito que deixou de ser uma zona sossegada porque é diariamente atravessado por centenas de automobilistas que usam as vias do bairro para aceder à autoestrada A1, serra de Santa Iria, MARL e outros pontos.
“Ao fim do dia isto é caótico. Os automobilistas descem pelas Bragadas e entram na Rua Vasco da Gama. A entrada em Alpriate afunila e o volume de trânsito é terrível com filas até à variante de Vialonga. Escolhem o bairro para fugir das artérias principais. As pessoas residem num bairro com características quase rurais mas não têm sossego por causa da poluição sonora, ambiental e insegurança por causa da velocidade de circulação”, lamenta Helena Martins, residente no Casal do Freixo.
A O MIRANTE os moradores contam que ocorrem vários acidentes na Rua do Freixo, alguns graves, e que pouco ou nada tem sido feito. O Casal do Freixo era uma Área Urbana de Génese Ilegal (AUGI) que foi legalizada pela Câmara de Vila Franca de Xira em conjunto com os proprietários há mais de dez anos. A partir daí os terrenos sem uso começaram a ser urbanizados e a dar lugar a moradias mas os passeios ficaram por fazer.
Os moradores dizem que já fizeram várias queixas à câmara e Junta de Freguesia de Vialonga e que os problemas têm sido expostos por várias forças politicas na assembleia de freguesia, mas continua tudo na mesma. Augusto Martins reforça que por causa das novas construções o piso de algumas ruas ficou danificado mas nem por isso foi colocado pavimento novo, além da falta de passadeiras para peões.
A residir no bairro há 22 anos, Rui Simões está preocupado com a velocidade com que as pessoas atravessam a Rua Vasco da Gama e Rua do Freixo. Para o morador tem de ser encontrada solução para as viaturas abrandarem a velocidade o que pode ser conseguido com recurso a sinalização ou controlo regular de velocidade por parte das forças de segurança. As mesmas queixas tem Paulo Figueiredo que aponta como possível solução a colocação de bandas de desaceleração ou alterar o sentido de trânsito em algumas artérias, para que sejam de sentido único.
Alguns residentes do bairro já se reuniram para apreciar uma proposta de reformulação da circulação rodoviária que a câmara apresentou à Junta de Freguesia de Vialonga. Mas o que os residentes pretendem é que os técnicos se desloquem ao terreno para encontrar soluções integradas e não apresentar apenas “propostas de gabinete”.
A eleita na Assembleia de Freguesia de Vialonga pelo CDS, Célia Duarte, diz que a proposta apresentada pela autarquia foi ripostada porque é insuficiente. “O problema é estrutural. São necessárias lombas e sinalização. Não pode ser uma obra a retalhos. A urbanização cresce a olhos vistos, com novas vivendas, em que a câmara passa licenças de construção sem garantir as acessibilidades aos novos e antigos residentes”, diz.
Célia Duarte lamenta a falta de voz do executivo da Junta de Vialonga e diz que tem de se fazer ouvir junto da câmara. Na última Assembleia de Freguesia de Vialonga, quando questionado pela bancada da CDU sobre os problemas do Casal do Freixo, o presidente da junta, João Tremoço referiu que “remeteu o assunto ao município e pediu para enviarem técnicos ao local mas ainda sem resposta”.
Município disponível para reunir com moradores
A O MIRANTE, a Câmara de Vila Franca de Xira disse “estar sempre disponível para reunir com moradores ou seus representantes” mas que “não tem nenhum pedido de reunião pendente no Casal do Freixo”. O município confirma que em termos de alterações ao trânsito remeteu uma proposta à Junta de Vialonga: “existem algumas pequenas áreas na zona alta do loteamento em que não foram realizados passeios por a sua localização, face à topografia existente, implicar a prévia edificação de lotes, de outro modo os passeios não terão sustentabilidade. Trata-se, no entanto, de situações pontuais”.
Quanto à Rua Vasco da Gama “já conta com lombas no troço com declive menos acentuado. No troço de maior inclinação, onde o declive atinge os 17 %, não está prevista a colocação de lombas, porque as boas práticas da segurança rodoviária não aconselham a sua utilização em declives superiores a 8%”. No que diz respeito às acessibilidades ao bairro a câmara diz que os arruamentos previstos no loteamento, que deu origem à emissão do respectivo alvará, estão executados.