Relatório final da CTI coloca Santarém como opção para o novo aeroporto
Versão final do relatório da Comissão Técnica Independente admite um aeroporto em Santarém, mas mantém como opção mais viável e vantajosa o Campo de Tiro em Samora Correia.
O relatório final da Comissão Técnica Independente (CTI) sobre a localização do novo aeroporto estabelece Santarém como hipótese, embora mantenha como opção mais viável e vantajosa o Campo de Tiro em Samora Correia, no concelho de Benavente. Segundo o ECO, o relatório define que a localização Santarém obriga sempre a manter em funcionamento o aeroporto Humberto Delgado.
Recorde-se que no relatório preliminar da CTI a opção Santarém era considerada inviável por existir conflito de tráfego aéreo com a base aérea de Monte Real. A versão final, que foi entregue nesta segunda-feira, 11 de Março, admite a opção Santarém por, entre outras razões, ser a única localização fora da área de concessão da ANA, factor que permite “introduzir concorrência e aumentar o poder negocial do Estado”, avança o jornal, acrescentando que a CTI salienta que Santarém nunca poderá evoluir para um aeroporto único, substituindo o Humberto Delgado, dadas as restrições ao tráfego aéreo.
Relembre-se que os promotores do aeroporto de Santarém acusaram, no início deste ano, a CTI de não seguir as recomendações para a União Europeia sobre áreas de influência de um aeroporto e reiteraram que a análise favoreceu as opções de Benavente e Vendas Novas. O porta-voz do consórcio Magellan 500, Carlos Brasão, apontou que a comissão fez uma análise “não conforme com as recomendações da Comissão Europeia para a União Europeia” no que diz respeito às áreas de influência de um aeroporto. “Não vou fazer exercícios sobre qual foi a motivação para toda a análise parecer apontar para Alcochete e, mais recentemente, para Vendas Novas, mas o exemplo mais gritante é a definição das zonas de influência”, realçou Carlos Brazão, recusando-se a fazer “processos de intenções” sobre a CTI. Relativamente às questões de navegação aérea apontadas pela CTI para justificar a classificação de Santarém como um projecto inviável para aeroporto internacional, devido à proximidade à base aérea de Monte Real, Carlos Brasão considerou que a comissão técnica fez uma “interpretação abusiva” do relatório da NAV que aponta para este problema. Os promotores garantiram que é uma questão solucionável e que apenas se levantaria numa fase de expansão do aeroporto e que vão “afinar a solução de navegação aérea” para ter em conta esta mesma solução.