Há meia década que morador sem pernas do Forte da Casa aguarda por justiça
Mais um ano se passou sem que os tribunais conseguissem dar resposta ao drama em que vive Ricardo Cupertino, morador do Forte da Casa, que foi despedido pela junta de freguesia depois de perder as duas pernas num acidente.
“Estou muito desiludido com isto”, diz a O MIRANTE com voz embargada Ricardo Cupertino, morador do Forte da Casa que perdeu as pernas num acidente, foi despedido da junta de freguesia onde trabalhava e hoje vive com dificuldades.
Mais um ano se passou sem que a justiça e os tribunais tenham conseguido dar resposta ao seu caso. São já cinco anos de espera para Ricardo Cupertino, que continua a viver da Prestação Social para a Inclusão (PSI) da Segurança Social, que tem um tecto máximo de 316 euros e vai-lhe valendo a ajuda do pai e de alguns vizinhos. “Nunca mais houve um contacto, uma palavra de conforto, nada. Continuo à espera que o tribunal decida. Acho isto indigno”, critica a O MIRANTE.
Ricardo Cupertino espera sentado, na cadeira de rodas em que se desloca, por uma decisão do Tribunal Administrativo de Lisboa, referente ao processo de despedimento de que foi alvo por parte da União de Freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa. O processo deu entrada no tribunal em 2019 mas desde então não tem tido grandes desenvolvimentos, à excepção da pronúncia da junta de freguesia em 2021 e desde essa altura está para decisão do juiz mas sem previsão de quando isso possa acontecer.
“Não se admite na nossa justiça um processo estar tanto tempo encalhado num tribunal sem novidades e sem se saber nada. Na junta deram-me um chuto no rabo e mandaram-me embora com uma mão à frente e outra atrás. Não se despede uma pessoa assim sem mais nem menos”, lamentou Ricardo Cupertino a O MIRANTE.
* Notícia desenvolvida na edição semanal de O MIRANTE