Aeroporto: Magellan 500 defende que Santarém não é apenas solução complementar
Promotores do aeroporto em Santarém discordam que o projecto seja uma solução complementar, defendendo que a sua capacidade é escalável até bem mais de 80 milhões de passageiros por ano, sem impactar a base aérea de Monte Real.
O consórcio Magellan 500, promotor do projecto do aeroporto de Santarém, defendeu que esta solução não é apenas complementar, uma vez que a sua capacidade “é escalável” até mais de 80 milhões de passageiros, sem impactar Monte Real. “O consórcio Magellan 500 valoriza a revisão da análise da estratégia efectuada pela Comissão Técnica Independente (CTI), que reconhece o aeroporto de Santarém como uma solução viável”, apontou, em comunicado.
No entanto, discorda que esta seja apenas uma solução complementar, defendendo que a sua capacidade “é escalável até bem mais de 80 milhões de passageiros por ano”, sem impactar a base aérea de Monte Real.
A coordenadora da Comissão Técnica Independente do novo aeroporto disse, na terça-feira, à Lusa que o projeto de Santarém nunca foi descartado, mas, segundo informações da NAV e da Força Aérea, não pode ser centro de conexão (‘hub’) intercontinental.
O consórcio questionou as limitações de tráfego aéreo que foram apontadas, tendo em conta o trabalho com a NAV (Navegação Aérea) Portugal e o apoio de consultores internacionais, “que resultou na identificação de soluções que estão em linha com as melhores práticas da indústria”.
Conforme apontou, nas cartas de rotas aéreas que integram a pronúncia da Magellan 500 “é perceptível o quanto as actuais áreas militares são evitadas”. A longo prazo, dois “segmentos mínimos” dessas áreas seriam afectados, caso os sistemas de controlo de tráfego não sofram nenhuma evolução tecnológica.
“De notar que as referidas áreas militares têm já actualmente utilização frequente pela aviação comercial bastante mais extensa que a proposta pelo Magellan 500 […]. Exemplo disso são os acordos operacionais que todos os verões são celebrados entre ambas as entidades”, sublinhou. O consórcio referiu ainda que as restantes opções “apresentam fortes impactos nas actuais zonas militares”.
De acordo com a nota divulgada no dia 13 de Março pelo consórcio, a solução Alcochete impacta o campo de tiro e outras quatro áreas militares, incluindo Montijo e Alverca. Por sua vez, Vendas Novas impacta cinco áreas militares, como o campo de tiro de Alcochete, a base do Montijo e o aeroporto de Beja.
O Magellan 500 estranhou que a CTI tenha feito um pedido de ofício à Força Aérea, que parece “não levar cabalmente em conta as soluções apresentadas”, e que não tenha feito um pedido semelhante para outros projectos, dando assim “mais um evidente sinal de discriminação relativamente ao projeto de Santarém”.
Neste sentido, reiterou que a opção Santarém não implica relocalizações de unidades militares e permite evitar perturbações ao sistema militar. “O consórcio Magellan 500 continuará empenhado em trabalhar conjuntamente com o próximo Governo e com as autoridades competentes, mormente NAV e FAP, para esclarecer e continuar a afinar as soluções escaláveis de navegação aérea do futuro aeroporto de Santarém, estando já a reunir uma equipa reforçada de especialistas para o efeito”, concluiu.
A coordenadora da CTI explicou que a comissão decidiu diferenciar no relatório final uma solução “potencialmente de mais curto prazo”, de acordo com os tempos apresentados pelos promotores do projecto, em que Santarém tem uma pista que pode ajudar a descongestionar o Aeroporto Humberto Delgado, mas com um menor número de movimentos do que Lisboa.