Sociedade | 13-03-2024 10:00

Jovens atingidos a tiro em antiga exploração de canábis em Benavente

Jovens atingidos a tiro em antiga exploração de canábis em Benavente
Mãe de costas em frente à entrada da propriedade onde o filho e a namorada foram baleado

Cinco jovens invadiram o terreno privado onde foi desmantelada uma produção de canábis medicinal, por insolvência do investidor, na Coutada Velha, Benavente. Acabaram baleados e agredidos pelo proprietário. Mãe de jovem de 17 anos quer que seja feita justiça.

Um grupo de cinco jovens de Benavente, entre os 17 e os 22 anos, viveu uma noite de terror quando decidiu invadir terrenos privados na Coutada Velha. Três dos cinco jovens foram baleados e espancados pelo proprietário dos terrenos que foram explorados pela VF 1883 Pharmaceuticals, empresa insolvente que se dedicou à produção de canábis medicinal e cujo investimento foi por água abaixo.
De acordo com Lúcia Marques, na noite de 24 de Fevereiro o filho saiu às 22h00 para beber café com os amigos e namorada. Mas o grupo decidiu explorar a herdade na Coutada Velha e deslocou-se de carro até ao local pela estrada de terra batida e sem iluminação.
Chegados à entrada da propriedade entraram pela rede. “Depois de entrarem na herdade veio uma carrinha a alta velocidade e começou a disparar. Eles foram baleados e fugiram perto de três quilómetros a pé. Quando pensavam já estar livres e voltavam para o carro o proprietário, o filho e um funcionário começaram a espancá-los com as armas. Entretanto a GNR chegou e socorreu-os”, conta. O grupo foi surpreendido pelas 23h00 e a GNR só os interceptou às 02h00.

Caso sob alçada da PJ
Fonte da GNR explicou a O MIRANTE que a patrulha deslocou-se para a zona por causa do ruído e do barulho dos tiros. Quando os militares chegaram à zona, já à saída da propriedade, deram com uma viatura suspeita e depararam-se com os jovens ensanguentados. O filho de Lúcia Marques e a namorada foram transportados para o Hospital de Santa Maria e o outro casal para o Hospital de Vila Franca de Xira. Na altura foram todos identificados e o caso passou para a alçada da PJ.
O filho de Lúcia Marques foi atingido com tiros de caçadeira e ficou com chumbos alojados no pulmão e no baço, além de um hematoma na cabeça. A namorada ficou com os braços chumbados e vários hematomas espalhados pelo corpo. O outro jovem levou 12 pontos na cabeça e foi atingido a tiro numa perna. A outra rapariga levou socos e pontapés. Um dos jovens conseguiu fugir e saiu ileso. “O meu filho costuma ir para sítios abandonados com os amigos porque dizem ser fascinados por esses locais e vêem séries relacionadas com isso. Mas naquele dia correu mal, eles pensavam que estava tudo abandonado”, diz.

Jovens sem antecedentes criminais
De acordo com Lúcia Marques os jovens não têm antecedentes criminais. O filho estuda no Porto Alto, na escola de segundas oportunidades, e a namorada na Escola Secundária de Benavente e trabalha numa pastelaria na freguesia. “Pretendo que seja feita justiça e que paguem. Eles estão errados por invadirem um local privado mas existem outras maneiras de fazer as coisas. Agarravam os miúdos e ligavam à GNR e esperavam que as autoridades chegassem. Outra coisa é o excesso de defesa e disparem à queima-roupa. E como se não bastasse ainda partem para a agressão. O que disseram aos miúdos é que eles não saíam dali vivos”, conta a mãe. Os jovens já tiveram alta e estão em casa em repouso absoluto tendo apresentado queixa.

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