Polémica nos Bombeiros Torrejanos origina demissão na assembleia municipal
Saída de Arnaldo Santos acontece num momento de acesa polémica nos Bombeiros Torrejanos, onde é presidente da mesa da assembleia-geral.
Na assembleia municipal partilhava a bancada da coligação PSD/CDS com Nuno Cruz, presidente demissionário da direcção dos bombeiros. A O MIRANTE, o social-democrata diz que a motivação para a renúncia foi outra.
O eleito pela coligação PSD/CDS na Assembleia Municipal de Torres Novas, Arnaldo Santos, renunciou ao cargo que desempenhava naquele órgão deliberativo, tendo sido substituído por André Valentim. A comunicação foi feita pelo presidente da mesa da assembleia municipal, José Trincão Marques, na sessão realizada a 26 de Fevereiro.
Em declarações a O MIRANTE, Arnaldo Santos refere que “já era para ter renunciado ao mandato no ano passado”, o que só não aconteceu “porque havia uma comissão política do PSD que estava para se ir embora”. Situação que o levou a adiar o pedido agora feito, depois de ter entrado uma nova comissão política no início deste ano, presidida por Tiago Ferreira, também vereador na Câmara de Torres Novas.
“Simplesmente achei que a minha presença não era nem útil nem importante para aquela assembleia municipal e que não estava a exercer o mandato de acordo com aquilo que seriam os desejos e minha obrigação fazê-lo enquanto representante daquela força política”, justifica Arnaldo Santos.
Questionado sobre se esta saída teve que ver com a polémica que tem girado em torno da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Torrejanos - na qual desempenha o cargo de presidente da assemblei-geral - que se prepara para eleger uma nova direcção, depois da empossada em Maio de 2023 se ter demitido após ter sido convocada uma sessão extraordinária para votar a sua destituição, responde: “Não teve rigorosamente nada a ver. Só acontece por entender que o meu contributo era insuficiente”, vinca.
Recorde-se que a direcção demissionária dos Bombeiros Torrejanos, que afirma ter detectado uma eventual fraude fiscal na ordem de meio milhão de euros que implica a gestão da direcção anterior encabeçada por Arnaldo Santos, é presidida por Nuno Cruz, que partilhava, até 23 de Fevereiro, a bancada do PSD/CDS na Assembleia Municipal de Torres Novas com Arnaldo Santos.
Depois de ter sido cabeça-de-lista pela coligação à assembleia municipal e ter desempenhado o cargo de deputado municipal durante cerca de dois anos, Arnaldo Santos diz ao nosso jornal que apesar de deixar o cargo estará disponível para ajudar no que “for útil”. No entanto, esclarece, o mais provável é que a sua passagem por cargos políticos tenha terminado. “Já não me imagino a exercer qualquer outro cargo”, termina.
Arnaldo Santos foi vereador na Câmara de Torres Novas no executivo presidido por Casimiro Pereira, tendo assumido a liderança da autarquia quando este último deixou o cargo antes do final do mandato. Em 1989 foi eleito presidente do município e nas eleições autárquicas de 1993 perdeu a câmara para António Rodrigues, eleito pelo Partido Socialista.