ULS Médio Tejo garante continuidade de cirurgias ao cancro da mama com unidade multidisciplinar
Apesar de efectuar menos de cem cirurgias anuais ao cancro da mama, a Unidade Local de Saúde do Médio Tejo conseguiu manter essa resposta graças à criação da Unidade da Mama que garante a diferenciação dos especialistas na prestação dos cuidados.
A Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Tejo vai avançar com a criação de uma unidade multidisciplinar dedicada ao cancro da mama, uma medida “decisiva” para manter a respectiva actividade cirúrgica na região. “Foi através da submissão e aprovação deste projecto diferenciador que o conselho de administração (CA) da ULS Médio Tejo conseguiu reverter uma recomendação do grupo de trabalho para a elaboração da Rede de Referenciação Hospitalar de Cirurgia Geral à Direcção-Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS)”, numa especialidade com “forte impacto” na região, indicou o CA da ULS Médio Tejo, com sede em Torres Novas.
A recomendação à DE-SNS “propunha cessar a actividade cirúrgica da neoplasia da mama na ULS Médio Tejo e referenciar as doentes diagnosticadas e em tratamento para a ULS Leiria”, indicou à Lusa Casimiro Ramos, tendo referido que a ULS “realizou 62 intervenções cirúrgicas ao cancro da mama em 2023”, número abaixo das 100 cirurgias de uma directiva da DE-SNS.
No projecto apresentado, o CA da ULS Médio Tejo sustentou que a criação da Unidade da Mama garante inequivocamente a diferenciação dos especialistas na prestação dos cuidados, facilitando o acesso de proximidade e potenciando a humanização, tendo o mesmo sido aprovado pela tutela.
A Direcção Executiva do SNS anunciou que sete unidades locais de saúde, algumas das quais com mais de um hospital integrado, vão deixar de fazer cirurgias ao cancro da mama a partir de 1 de Abril. A operação deve restringir-se a instituições que realizem pelo menos 100 cirurgias anualmente e tenham pelo menos dois cirurgiões dedicados.
“Perante este cenário”, e com “260 pessoas a serem seguidas na ULS Médio Tejo com esta patologia e 62 cirurgias realizadas em 2023, nós apresentámos um recurso, apresentando um projecto e justificando a razão pela qual estávamos abaixo dos 100 casos, tendo em conta que temos uma incidência muito importante desta patologia na região”, afirmou Casimiro Ramos em Abrantes, à margem de uma cerimónia da Liga dos Amigos do Hospital.
A instalar na Unidade Hospitalar de Torres Novas, “a Unidade da Mama terá uma enfermaria de internamento dedicada e integrará o diagnóstico, estadiamento, reunião de decisão de terapêutica multidisciplinar e tratamento – médico, cirúrgico e radioterapia - do cancro da mama”, indica a ULS Médio Tejo, em nota informativa.
O projecto, refere a mesma nota, “vai envolver uma equipa intra-hospitalar de mais de 15 profissionais de saúde, entre os quais duas cirurgiãs com diferenciação em neoplasia da mama, dois oncologistas que acompanham mais de uma centena de mulheres com cancro de mama metastizado e dois radiologistas com diferenciação ao nível da imagiologia da mama”.
A ULS Médio Tejo indica ainda que a Unidade da Mama vai contar com o “apoio das especialidades de radioncologia e anatomia patológica”, tendo destacado as “excelentes condições” em Torres Novas, nomeadamente do bloco operatório e dos equipamentos de Imagiologia.