Autarcas de Tomar exigem castigos para quem comete crimes ambientais no Nabão
Deputados da assembleia municipal querem que as autoridades apliquem coimas a quem polui o rio Nabão. Presidente da câmara refere que o problema vem de fora do concelho e que obras na ETAR de Seiça não são suficientes para acabar com os episódios de poluição.
A poluição do rio Nabão voltou a ser tema na última Assembleia Municipal de Tomar depois de João Tenreiro (PSD) insinuar que o presidente do município tem desvalorizado o assunto. Augusto Barros (PS), presidente da União de Freguesias de São João Baptista e Santa Maria dos Olivais, disse que há falta de coragem para culpar os responsáveis pelo “problema grave” que vem do norte do concelho. O autarca acrescentou que o problema não afecta apenas o rio Nabão, mas também o rio Zêzere, que desagua no Tejo, prejudicando o meio ambiente. “As autoridades precisam de tomar medidas eficazes com coimas rigorosas para responsabilizar quem polui”, frisou.
Hugo Cristóvão, presidente da Câmara Municipal de Tomar, reconheceu a gravidade do problema, recordando que os episódios de poluição no rio Nabão acontecem há décadas numa altura em que se chegou a assistir à mortandade de milhares de peixes devido à poluição química, algo que não acontece actualmente, disse. O autarca frisou que os episódios de poluição vêm de fora do concelho e têm várias origens. “O problema existe, precisa de ser trabalhado, não se resolve de um dia para o outro, implica obras, gastos e fiscalização das entidades”, sublinhou. As obras que estão a decorrer na ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) de Seiça, acrescentou, não vão resolver totalmente o problema devido à falta de separativos das águas pluviais e residuais no concelho de Ourém, além das descargas vindas de empresas e outros locais dos vários concelhos a norte.
Recorde-se que recentemente O MIRANTE esteve à conversa com António Graça, presidente da Junta de Freguesia de Sabacheira, que apontou as explorações industriais como uma das grandes causas de poluição do rio Nabão. “O que acontece em Tomar são episódios esporádicos, mas não deixam de ser crimes ambientais”, sublinhou, destacando a necessidade de um maior envolvimento da Agência Portuguesa do Ambiente na resolução do problema.