Sociedade | 16-03-2024 07:00

Vendaval no Arneiro das Milhariças deixou rasto de destruição

Vendaval no Arneiro das Milhariças deixou rasto de destruição
O anexo de Fernando Martins ficou sem telhas e até as vigas em ferro entortaram

O MIRANTE esteve no Arneiro das Milhariças, no concelho de Santarém, para ouvir os relatos de destruição causados pelo “pequeno tornado” que atravessou a aldeia no final da tarde de sábado, 9 de Março.

Os habitantes de Arneiro das Milhariças, no concelho de Santarém, não ganharam para o susto na tarde de sábado, 9 de Março, devido a um vendaval que atingiu a aldeia, classificado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) como um “pequeno tornado”. Três dias depois os estragos ainda eram bem visíveis na aldeia, com telhados danificados, árvores caídas e anexos destruídos, cujas chapas voaram centenas de metros, tendo uma delas ficado enrolada num poste.
Santos Matos, lisboeta a morar na Rua Freixial há três anos, foi um dos mais afectados numa casa com cerca de 20 anos. No sábado estava no quarto e ao ouvir a ventania a crescer pediu à filha para fechar os estores. O pesadelo durou cerca de um minuto, diz. Ao irem para o exterior depararam-se com telhas no chão, cadeiras espalhadas, ramos partidos, a piscina de plástico partida e a vedação no pico do terreno amolgada pelos troncos que a atingiram. O morador não ganhou para o susto e explicou à nossa repórter que a sensação era a de estar ao pé de um Boeing 747, uma aeronave. Revela que o seu maior receio era que a chaminé caísse dentro de casa, cenário que aconteceu a vizinhos da rua perpendicular, Rua Porto Igreja. “Foi no momento em que saíram da sala que a chaminé caiu”, conta. Ambas as moradias começaram a ser reparadas após o temporal e o seguro irá realizar uma avaliação na casa do morador, que aponta para um prejuízo de cinco a sete mil euros.
A Rua do Casal ficou intransitável com ramos e árvores caídas. Os anexos de Ilídio Nunes, revendedor de tintas, caíram todos. Um tractor ficou, pelo menos, com o volante partido e uma máquina de trabalhar a terra ficou debaixo dos escombros. O armazém onde guarda as tintas não cedeu à força do vento, mas no do vizinho Fernando Martins, 76 anos, reformado, até as vigas em ferro entortaram, ficando salvaguardada uma das viaturas que estava no interior. Ilídio Nunes temeu pelos pais que vivem numa casa mesmo ao lado do armazém e que lhe ligaram aflitos. O telhado foi composto para conseguirem dormir na casa mas as telhas não estão fixas.
Em declarações à agência Lusa, o coordenador municipal de Protecção Civil disse que, pelo menos, 12 casas foram afectadas, embora o levantamento no momento das declarações ainda não estivesse concluído. O comandante dos Bombeiros Sapadores de Santarém, Carlos Grazina Pedro, referiu que a situação mais grave foi mesmo a queda de uma chaminé numa habitação, havendo também a registar queda de postes de electricidade e comunicações afectadas.

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