Sociedade | 25-03-2024 07:00

Desmantelada rede de tráfico internacional de meixão que actuava no Ribatejo

Desmantelada rede de tráfico internacional de meixão que actuava no Ribatejo
Autoridades estiveram no Ribatejo e desmantelaram uma rede organizada que se dedicava a traficar enguias bebés

Pescadores eram aliciados por membros da rede que pagavam em dinheiro vivo o meixão que fosse capturado vivo e entregue pela calada da noite. Megaoperação da Polícia Marítima em Vila Franca de Xira, Benavente, Salvaterra de Magos e Cascais acabou com três detidos e sete arguidos.

Foram precisos dois anos de investigação cuidadosa da Unidade Central de Investigação Criminal (UCIC) da Polícia Marítima para que uma rede organizada de apanha e tráfico ilícito de meixão (enguias bebé), o chamado “ouro branco” do Tejo, fosse desmantelada nos concelhos de Vila Franca de Xira, Benavente, Salvaterra de Magos e Cascais.
A operação da Polícia Marítima, que se realizou durante o dia 14 de Março, envolveu dezenas de operacionais e visou caçar uma rede que há muito se dedicava a traficar esta espécie protegida que, para muitos, é uma iguaria e para outros é um negócio irresistível, chegando a valer até 6.500 euros o quilo.
A UCIC andou no Ribatejo a executar 26 mandados judiciais de busca e apreensão domiciliária e não domiciliária, deteve três pessoas de nacionalidade chinesa e constituiu arguidas outras sete de várias nacionalidades, incluindo pescadores dos três concelhos ribeirinhos. Apreendeu também 77 quilos de meixão vivo que se entrasse no mercado valeria perto de meio milhão de euros. A polícia também apanhou 18 quilos de meixão congelado e apreendeu armas de fogo, armas brancas, quatro viaturas, quatro mil euros em dinheiro, apetrechos de pesca, material de acondicionamento, malas de viagem, tanques e material de oxigenação, vários documentos e provas digitais e produto estupefaciente, incluindo cocaína e cannabis.
Fonte da Polícia Marítima explicou a O MIRANTE que o modo de operar da rede era simples: um membro da rede aparecia nos bairros de pescadores e aliciava-os a pescar ilegalmente o meixão, prometendo-lhes o pagamento de elevadas somas monetárias para compensar os riscos da apanha, feita com redes que são deixadas várias horas no rio. Os pescadores recebiam o dinheiro em envelopes logo que o peixe chegava a terra pela calada da noite ou em dias de chuva e nevoeiro. As investigações não vão ficar por aqui e é provável que nas próximas semanas novas detenções venham a acontecer, nesta que é a época tradicional de crescimento do meixão no rio Tejo.
Recorde-se que a investigação da Polícia Marítima já tinha apanhado em flagrante delito em Fevereiro 21 indivíduos de várias nacionalidades a apanhar e traficar meixão, onde apreendeu 420 quilos de meixão que estavam a ser transportados por via aérea e 293 quilos que iam seguir por via terrestre para vários destinos da Europa e Ásia. As apreensões no âmbito do inquérito totalizaram mais de 800 kg de meixão, explica a Polícia Marítima.

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