Rota dos Templários: políticos do Médio Tejo apostam mais forte no turismo
Rota dos Templários no Médio Tejo é a nova oferta turística em sete municípios da região, com experiências imersivas para melhorar a experiência de visitação, valorizar o território e atrair mais visitantes. O projecto resultou num investimento total de cerca de 1,4 milhões de euros.
A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) apresentou a Rota dos Templários no Médio Tejo, no Convento de Cristo, a 13 de Março. Uma nova oferta turística que abrange sete municípios (Abrantes, Ferreira do Zêzere, Ourém, Sertã, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha) e que pretende valorizar o território e potenciar um aumento de visitantes.
A Rota dos Templários agrega vários recursos patrimoniais com vínculo à temática templária, quatro rotas principais, nomeadamente o itinerário militar, religioso, arquitectónico e simbólico, e ainda experiências imersivas. As experiências já disponíveis são a “Reconstituição do Cerco ao Castelo de Tomar”, através de vídeoprojecção numa maquete 3D e um espaço de promoção turística do Médio Tejo numa sala do Convento de Cristo; o Centro Interpretativo Tomar Templário e uma visita virtual ao Castelo de Almourol, no Centro de Interpretação Templário do Almourol, em Vila Nova da Barquinha. Ainda em desenvolvimento está uma experiência de vídeo mapping que vai retratar as lendas da Torre de Dornes e de Nossa Senhora do Pranto, em Ferreira do Zêzere.
Foram desenvolvidas diversas ferramentas de comunicação para dar a conhecer o projecto e facilitar a experiência dos visitantes, inclusive através da personalização da própria rota. Os objectivos são valorizar o património histórico-militar, a promoção turística do território associada à temática templária, melhoria da experiência de visitação dos monumentos templários mais emblemáticos, implementação de ofertas diferenciadoras e experiências imersivas com recurso às novas tecnologias”, explicou Jorge Simões, da comunidade intermunicipal.
“Acreditamos que são experiências que potenciam e melhoram a experiência da visitação dos recursos e monumentos templários no nosso território, atractivos para todas as idades e para todos os públicos, que decerto vão atrair mais turistas e visitantes à nossa região”, destacou Manuel Valamatos, presidente da CIMT.
Anabela Freitas, vice-presidente do Turismo do Centro, sublinhou a importância deste projecto para a região, com o objectivo de “chegarmos a um itinerário europeu de sítios templários”. Anabela Freitas destacou o crescimento significativo do turismo no Médio Tejo em 2023, que “dos 7,9 milhões de dormidas registadas em 2023 na região Centro, 1,5 milhões foram no Médio Tejo”, registando um aumento de 28% em relação ao ano de 2022. A Rota dos Templários vai contribuir para “qualificar o destino fazendo interligações com o turismo religioso, a gastronomia e os vinhos e o turismo industrial”, frisou.
O presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, realçou a importância do sector do turismo para a economia nacional, que em 2023 atingiu os 25 mil milhões de euros de receita aproximando-se de cumprir o objectivo que estava fixado para 2027 de atingir 27 mil milhões de euros. Carlos Abade destacou ainda o trabalho de parceria que vai contribuir para o desafio do sector do turismo “continuar a crescer” em qualidade. O Turismo de Portugal foi a entidade que apoiou financeiramente o projecto em 70% do investimento total de 1,4 milhões de euros.
À margem/opinião
O trabalho que faz a diferença
A promoção turística no Médio Tejo deixa a léguas de distância o que se faz numa boa parte da região ribatejana. Tomar, Abrantes, Torres Novas, Sardoal e Ourém são concelhos, para dar apenas cinco exemplos, que fazem a diferença no aproveitamento dos seus recursos. Tomar tem mais de meio milhão de visitantes nos museus anualmente e o alojamento local quase sempre lotado. Aproveita o património cultural e religioso para fazer mexer a economia local e criar postos de trabalho. Por outro lado, na Chamusca, para dar apenas um exemplo na Lezíria do Tejo, há quase uma dezena de igrejas que estão ao abandono e que são o espelho de uma região que precisa urgentemente de políticos que trabalhem para promover o território e as suas gentes.