Santarém devia promover mais as actividades equestres
Manuel Vitorino esteve no ano passado com o seu cavalo nas Festas de São José, em Santarém, a proporcionar baptismos equestres a crianças e jovens. Este ano gostava de ter repetido a experiência mas não recorreram aos seus serviços.
A paixão de Manuel Vitorino pelo mundo equestre é alimentada com a participação em iniciativas e passeios por todo o país e no ano passado ganhou outra amplitude com a realização de actividades nas Festas de São José, em Santarém, proporcionando baptismos equestres a crianças e jovens. A experiência correu bem e este ano tinha expectativas de a repetir, mas tal acabou por não suceder e o cavaleiro amador, nascido e residente em Santarém, decidiu não participar nas festas, nomeadamente no cortejo etnográfico onde era presença habitual. A organização optou por recorrer aos serviços de uma associação da Póvoa da Isenta para realizar essas actividades e Manuel Vitorino não esconde que ficou chateado com a Câmara de Santarém. Conta a O MIRANTE que depois da boa experiência de 2023 esperava poder continuar a dar o seu contributo, gratuitamente e sem querer protagonismos, na promoção das tradições ribatejanas que o município tanto exalta. Afirma que teve contactos com o vice-presidente João Leite nesse sentido mas nada ficou definido.
Manuel Vitorino considera que as Festas de São José são uma boa iniciativa mas acha que as actividades equestres “deixam a desejar”, lamentando que, mesmo assim, sejam das poucas nessa área que se realizam na cidade. “Temos aqui um picadeiro durante cinco dias nas festas e depois não há mais nada”, diz, dando como exemplo o abandono a que foi votado o antigo picadeiro da ex-Escola Prática de Cavalaria. Refere que Santarém, como capital do Ribatejo, devia ter uma ligação mais estreita com o mundo equestre e diz que faltam iniciativas ao longo do ano, com excepção das que são realizadas nas Festas de São José e no âmbito da Feira do Ribatejo, que mesmo assim têm vindo a perder relevância e fulgor. A Irmandade dos Romeiros de São José - criada nos tempos em que Moita Flores presidiu ao município, na primeira década deste século - que tinha o cavalo como símbolo e exaltava os valores e as tradições ribatejanas, também deixou de dar sinal de vida nas festas, onde foi presença assídua noutros tempos. Por isso defende que a promoção do cavalo, em Santarém, devia ser mais activa e assertiva.
Contactado por O MIRANTE, João Leite refere que a organização das actividades equestres é da responsabilidade da associação Sector 9, que terá convidado uma associação da Póvoa da Isenta para dinamizar as actividades equestres. No entanto, o autarca sublinha que todos os cavaleiros estão convidados a participar nas festas, nomeadamente na sessão de inauguração e no cortejo etnográfico, como aliás é costume. Confirma que teve contactos com Manuel Vitorino e que o informou que era a associação Sector 9, que explora a Praça de Touros Celestino Graça, que tinha a incumbência de dinamizar as actividades equestres, pelo que deveria contactá-la.