Sociedade | 27-03-2024 12:00

Câmara do Cartaxo paga indemnização no caso das ossadas desaparecidas do cemitério

Câmara do Cartaxo paga indemnização no caso das ossadas desaparecidas do cemitério
Vicente Vasconcelos, filho de Levi Vasconcelos cujas ossadas levaram 10 anos a poder ser levantadas

O caso levou dez anos a ser esclarecido. Ossadas de Levi Vasconcelos nunca foram levantadas e estavam debaixo de outro corpo sepultado na mesma campa, no cemitério do Cartaxo.

A Câmara do Cartaxo já pagou a indemnização de dez mil euros à família de Levi Vasconcelos pelo transtorno causado em relação ao alegado desaparecimento das ossadas do falecido, sepultado no cemitério da cidade. O vice-presidente do município, Pedro Reis (PSD), deu a informação em sessão camarária, onde substituiu o presidente João Heitor, que estava de férias. Falta apresentar um pedido de desculpas público à família, que vai acontecer em breve. A autarquia chegou a acordo com a família de Levi Vasconcelos antes da decisão do Tribunal do Cartaxo.
Em causa está o alegado desaparecimento das ossadas de Levi Vasconcelos, falecido a 1 de Setembro de 2004 e sepultado no cemitério do Cartaxo. Como O MIRANTE já tinha noticiado, Vicente Vasconcelos, filho do falecido, foi notificado, em 2013, de que as ossadas do seu pai iriam ser levantadas, mas quando chegou ao cemitério, no dia previsto, não encontrou os restos mortais do pai.
Na mesma campa já tinha sido enterrada uma senhora, por haver a indicação de que as ossadas de Levi Vasconcelos já teriam sido levantadas. A Câmara do Cartaxo investigou a situação e chegou à conclusão de que, ao contrário do que se pensava, os restos mortais de Levi Vasconcelos nunca teriam sido retirados. Mas como por cima estava um corpo enterrado recentemente não se poderia fazer a exumação. Segundo a lei, só se pode exumar um corpo três anos depois do enterramento.
Durante o processo, o município pediu uma autorização excepcional ao Tribunal do Cartaxo para exumar o corpo e verificar se estavam por baixo as ossadas de Levi Vasconcelos. O pedido de autorização foi indeferido pelo tribunal. Por esse motivo a situação só se resolveu no ano passado, três anos após o sepultamento do corpo mais recente na campa, e dez anos depois da notificação de Vicente Vasconcelos para levantar as ossadas do pai. A Câmara do Cartaxo pediu autorização a uma familiar da senhora sepultada pela exumação do corpo e confirmou que as ossadas de Levi Vasconcelos estavam por baixo. Uma falha que obriga agora o município a indemnizar a família.

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