Sociedade | 31-03-2024 18:00

Mais de três centenas não quer habitação municipal na Quinta da Coutada em VFX

Consulta pública à alteração do loteamento da Quinta da Coutada, onde a Câmara de Vila Franca de Xira quer construir apartamentos a custos controlados, recebeu mais de trezentas participações contra o projecto.

A consulta pública visando a alteração ao loteamento da Quinta da Coutada, na cidade de Vila Franca de Xira, resultou em 350 participações de membros da comunidade a dizerem não ao projecto. Esta sexta alteração proposta pela Câmara de Vila Franca de Xira, recorde-se, visava adaptar o loteamento substituindo as 21 moradias inicialmente previstas por cinco prédios de 2 e 3 pisos com um total de 105 apartamentos, destinados em grande parte a promover habitação a custos controlados para a população jovem e mais carenciada do concelho. Agora, boa parte da comunidade disse não concordar com a ideia. Após a consulta pública a decisão final da alteração terá ainda de ir a reunião de câmara para aprovação.
Dizem vários moradores na consulta pública que a construção dos edifícios propostos irá descaracterizar a urbanização ali existente, que actualmente é composta sobretudo por vivendas com um máximo de dois pisos e que a volumetria dos edifícios propostos pela câmara não é aceitável. As obras seriam financiadas no âmbito da Estratégia Local de Habitação, num concelho onde já este ano mais de 400 pessoas carenciadas se candidataram a apenas nove casas sociais disponíveis.
Os 21 lotes da Quinta da Coutada onde o município quer mexer foram adquiridos há uma década por 680 mil euros mas nunca serviram para nada. O terreno, recorde-se, é hoje um local abandonado onde nunca chegou a ser apresentado qualquer projecto. Foi comprado a um promotor imobiliário como contrapartida dos terrenos cedidos para a construção dos acessos ao hospital da cidade, como O MIRANTE já noticiara.
O aproveitamento daqueles terrenos para construir habitação jovem e a custos controlados era uma reivindicação antiga da coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT), que já havia prometido pressionar o executivo socialista para encontrar uma solução para o espaço, que agora encontrou pressão popular no sentido oposto. Para vários residentes da Quinta da Coutada, antes do município avançar com o plano para construir novos apartamentos na zona deve primeiro resolver vários problemas existentes naquela antiga Área Urbana de Génese Ilegal, legalizada em 2011, como a requalificação dos passeios e espaços públicos e promover uma melhor recolha do lixo e limpeza pública.
O presidente da câmara, Fernando Paulo Ferreira, já dissera o ano passado, durante a aprovação da alteração ao loteamento e o seu envio para discussão pública, não ter nenhuma reserva mental sobre o assunto, notando que todas as opções estavam em aberto. “Temos feito um esforço de requalificação e reabilitação de zonas como aquela e estamos a ser muito procurados nessas zonas rurais. Faz sentido que aquele terreno possa ser colocado nesse processo”, defendia o autarca socialista.

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