Novo presidente dos Bombeiros Torrejanos quer pacificar associação
Gonçalo Pereira garantiu trabalho e dedicação mantendo os relacionamentos existentes com as diversas entidades. Nova direcção tomou posse em 21 de Março, para completar o mandato até 2025, suspendido pela anterior direcção que se demitiu em bloco.
A nova direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Torrejanos (AHBVT) tomou posse na tarde de quinta-feira, 21 de Março, para completar o mandato de 2023/2025 que a anterior direcção suspendeu em Fevereiro, ao ter apresentado a demissão em bloco, precipitando eleições antecipadas. A lista de Gonçalo Pereira, que sucede a Nuno Cruz na presidência da associação, foi eleita com 76% dos votos.
Já depois de ter sido empossado presidente Gonçalo Pereira garantiu, no seu discurso, “trabalho e dedicação” para “honrar a confiança que depositaram” na direcção que lidera, acrescentando que vão manter as relações existentes com as diversas entidades com que trabalham, “tentando sempre que possível melhorar a sinergia”. O novo presidente agradeceu aos sócios que participaram activamente nas eleições, destacando a “esmagadora vitória” alcançada perante a lista concorrente liderada por Nuno Cruz, que assistiu à tomada de posse.
O novo dirigente elogiou ainda a forma cívica como os membros da direcção cessante enfrentaram o processo eleitoral, reconhecendo e agradecendo a contribuição de todos os que desempenharam funções nos diferentes órgãos sociais, comando e corpo de bombeiros, contribuindo para a construção “deste tão grande património”. Assim como, sublinhou, o apoio “inexcedível” da Câmara de Torres Novas, fundamental para o crescimento da associação. “Contamos com todos para devolver a paz e a tranquilidade a tão nobre associação”, concluiu.
O presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, destacou a importância do trabalho voluntário e dedicado prestado pela associação ao longo dos anos, agradecendo a todas as direcções anteriores pelo compromisso e serviço à comunidade. Sobre o apoio do município à associação, o autarca disse que não faz mais do que a sua “obrigação”, realçando a honra e orgulho que sente pela associação, tal como a população de Torres Novas. “Tenho a certeza de que esta nova direcção, como as anteriores, irá enobrecer a associação, procurar cada vez mais que tenha todos os meios disponíveis a bem da nossa cidade, concelho, região e do país”, frisou.
Pedro Ferreira concluiu felicitando a nova direcção e agradecendo à direcção cessante “pelo tempo que cá esteve e pela forma como colaborou com a câmara”. Arnaldo Santos, presidente da mesa da assembleia-geral que se prepara para enfrentar uma votação que tem como objectivo a sua destituição (ver outro texto nesta página) desejou as maiores felicidades e o maior êxito no desempenho da direcção que assumiram.
A nova direcção
Da nova direcção fazem ainda parte Luís Martins, no lugar de vice-presidente, e no de tesoureiro está Elisabete Caleiro. Luís Pereira, Luís Rosa e Carlos Silva são, respectivamente, primeiro, segundo e terceiro secretários. Como vogais a nova direcção tem Filipa Cardoso, Nuno Nunes e Miguel Delgado. Como vogais suplentes estão Luzia Serigado, Ana Braz e Manuel Júnior.
Sócios dos Bombeiros Torrejanos vão votar destituição da mesa da assembleia-geral
Descontentes com a decisão do presidente da assembleia-geral, Arnaldo Santos, 30 sócios pediram a marcação de uma reunião extraordinária para se votar a destituição da mesa. Sessão está marcada para 12 de Abril.
A polémica em torno dos órgãos sociais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Torrejanos (AHBVT) continua acesa. Depois de uma convocatória para os sócios destituírem a direcção e de esta se ter demitido em bloco antes da ida a votos, agora, após eleições antecipadas para a direcção, os associados são convocados para votarem a destituição da mesa da assembleia, presidida por Arnaldo Santos.
A decisão de se avançar com uma assembleia-geral extraordinária, que se vai realizar a 12 de Abril, às 20h00, com o objectivo de deitar abaixo a mesa daquele órgão deliberativo, partiu de um grupo de mais de 30 sócios, confirmou a O MIRANTE Arnaldo Santos, acrescentando que o pedido foi feito há cerca de um mês.
Para o dirigente, que poderá vir em breve a cessar funções se assim for a vontade da maioria dos sócios votantes, este pedido é nada mais nada menos do que “uma brincadeira de mau gosto. É uma estupidez, está-se a brincar com coisas sérias”, disse ao nosso jornal, explicando que a justificação dada pelo grupo requerente é a de que o próprio, na qualidade de presidente da mesa da assembleia-geral, agiu mal ao ter desconvocado a sessão que tinha como um dos pontos a votação da destituição da direcção presidida por Nuno Cruz, que se demitiu em bloco quatro dias antes da realização da mesma. Isto porque, acrescenta, para os agora requerentes essa assembleia poderia ter servido para esclarecer os sócios. “Até hoje, na qualidade de presidente da mesa da assembleia fiz tudo bem feito, fiz tudo o que era minha obrigação fazer”, vincou Arnaldo Santos.
Direcção cessante denunciou suposta fraude
A AHBVT foi fundada há 92 anos, conta actualmente com cerca de 100 bombeiros e viu em Fevereiro a direcção demitir-se em bloco alegando “conluio” contra o seu projecto de “reestruturação” e um “clima de intimidação” que culminou na convocatória de uma assembleia-geral de destituição. Reunião que não se realizou porque a demissão em bloco ocorreu antes dessa data. Essa direcção, liderada por Nuno Cruz, recorde-se, avançou com a informação de que ao longo de anos foi ocultada uma alegada fraude fiscal de quase meio milhão de euros.