Mega-loteamento em São João dos Montes avança com contestação de autarcas
Apesar das queixas da oposição CDU na câmara municipal o município vai dar luz verde a mega-projecto para criar 171 moradias. Comunistas falam em “terror urbanístico”.
O mega-loteamento da Quinta dos Carvalhos, que terá um investimento privado a rondar os 115 milhões de euros e prevê a construção de 215 edificações numa zona rural em A-de-Freire, na União de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz, vai ter luz verde do município. Isto apesar das queixas da oposição CDU no executivo municipal.
O projecto de loteamento foi sujeito a consulta pública mas não recebeu participações da comunidade. Teve de ir a consulta pública por exceder os limites previstos no regime geral de edificação urbana e porque acima de determinado número de fogos é condição obrigatória essa consulta à comunidade.
A CDU já tinha mostrado fortes reservas face a este loteamento, com Nuno Libório, vereador daquela força política, a classificar o projecto de “terror urbanístico” já que, no seu entender, causará profundas alterações no quotidiano de São João dos Montes.
“A câmara está a promover uma das mais terríveis operações de loteamento numa zona mal servida por transportes públicos e sem equipamentos colectivos”, criticou o vereador comunista, lembrando que, “infelizmente”, as consultas públicas raramente têm o envolvimento da população, o que se veio a verificar.
“Na zona da estrutura ecológica urbana prevista em Plano Director Municipal projectam-se agora troços rodoviários. É com decisões desta natureza que se paga caro o desenvolvimento do concelho de Vila Franca de Xira. Devíamos conter a política urbanística, apostar na reabilitação dos edifícios existentes e fixar os filhos da terra”, defendeu Nuno Libório.
Em causa, recorde-se, está o loteamento Quinta dos Carvalhos, da promotora 50 Buy Invest Unipessoal, a nascer numa área de 220.013 m2, com 184 lotes incluindo 171 moradias unifamiliares e 11 edifícios de habitação colectiva com 44 fogos, num total de 215 fogos, com dois edifícios destinados a comércio e dois a equipamentos de uso colectivo. Prevê também um empreendimento de turismo rural, apoio agrícola e uma habitação unifamiliar.
Fernando Paulo Ferreira, presidente do município, tem um entendimento diferente e afirma que se trata de um loteamento “de baixa densidade em zona rural”, constituído maioritariamente por lotes generosos “para permitir moradias de maior dimensão, consentâneas com a qualidade de vida deste tipo de complexos”, explica.