Moradores do Casal do Pocinho desagradados com abandono do bairro
Na urbanização do Casal do Pocinho, no Forte da Casa, vivem três centenas de pessoas e muitas lamentam a recorrente falta de limpeza nos passeios e criticam as estruturas degradadas que esperam há anos por substituição, como as pontes pedonais sobre os ramais da EPAL.
Passeios desnivelados e com erva por cortar, relva com sinais de não ser cortada há meses, pontões e passadiços de madeira estragados e a precisar de substituição. Estes são alguns dos problemas por resolver da urbanização do Casal do Pocinho, no Forte da Casa, que estão a revoltar quem ali vive. Vários moradores lamentam também o excesso de velocidade a que vários condutores circulam dentro da urbanização e pedem aos autarcas que instalem lombas redutoras de velocidade, criticando também a decisão da junta de freguesia de ter mudado um painel informativo de sítio, removendo-o do bairro para o colocar vários metros abaixo noutra rua.
“A urbanização está abandonada. Vêm cá duas vezes por ano fazer a limpeza mas pouca fazem, cortam a relva e pronto. Parece que vivemos numa favela”, critica Abílio Cupertino, que foi em tempos presidente da comissão de moradores. Até o parque infantil ali existente esteve anos sem ser tratado, tendo sido substituído recentemente pela Câmara de Vila Franca de Xira, numa operação que custou 22.851 euros. O Casal do Pocinho foi em tempos foi uma Área Urbana de Génese Ilegal (AUGI), construída ilegalmente nos anos 80 do século passado, mas já foi legalizada e os alvarás entregues, ainda no tempo da anterior presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha.
Outro morador lamenta também ao nosso jornal a quantidade de cabos de comunicações espalhados pela urbanização ao invés de estarem enterrados como noutras urbanizações vizinhas. A O MIRANTE, o município explica que o actual regulamento de intervenção no subsolo municipal proíbe a instalação de novas redes aéreas no concelho, prevendo a adaptação progressiva das redes com o enterramento para infraestruturas no subsolo. “No caso do Casal do Pocinho, tratando-se de uma AUGI entretanto legalizada, não dispõe de condutas de comunicação na rua que permitam o enterramento dos cabos”, lamenta a câmara.
Toda a limpeza e conservação dos espaços públicos no Casal do Pocinho, explica, é responsabilidade da União de Freguesias de Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa. A presidente da junta, contactada por O MIRANTE, reconhece que alguns espaços precisam de ser melhorados, como os pontões degradados de madeira. “Efectivamente têm já perto de 20 anos, temos reparado mas foram-se degradando com o tempo e estamos já a pedir orçamentos para os substituir”, afiança Ana Cristina Pereira.
Já sobre a limpeza dos passeios, a autarca garante que tem sido feita embora em espaços mais prolongados que o desejável. “O facto de já não usarmos herbicidas é bom para o ambiente mas não ajuda nestas situações”, lamenta, garantindo que a junta de freguesia já contratou uma empresa privada para limpar os espaços públicos com maior regularidade, onde se inclui o Casal do Pocinho. A esperança é que o problema se resolva. Questionada sobre a mudança de local do painel informativo que existia na urbanização, a autarca explica que o objectivo foi dar-lhe maior abrangência, permitindo aos moradores da zona mais baixa da vila poderem também aceder à informação além dos residentes do Casal do Pocinho.