A vida de Tiago Nunes quatro anos depois de cair de um terceiro andar em Salvaterra de Magos
Tiago tinha quatro anos quando caiu do terceiro andar de um prédio onde a sua família vivia em Salvaterra de Magos.
O acidente aconteceu a 8 de Janeiro de 2020 quando andava a correr atrás de um gato. Caiu de uma altura de 15 metros. Quatro anos depois o menino faz uma vida normal e não sofreu graves sequelas da queda. O único senão é a família ter sido sinalizada pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens.
A vida da família Nunes deu uma reviravolta depois da queda do filho mais novo, Tiago, há quatro anos. Na altura com quatro anos de idade Tiago Nunes caiu do terceiro andar de um prédio onde viviam em Salvaterra de Magos. O acidente aconteceu a 8 de Janeiro de 2020 quando andava a correr atrás de um gato e galgou pelo parapeito da varanda, caindo de uma altura de 15 metros. O seu pai, que estava a arranjar uma sanita na casa-de-banho, com o barulho do berbequim não se apercebeu logo do que aconteceu e ficou muito traumatizado com a situação.
Tiago Nunes, de oito anos, confessa a O MIRANTE que apenas se recorda do momento da queda, já não se lembra de ter caído no chão. “Ele não fala no assunto. Quando ainda morávamos em Salvaterra de Magos ia com ele ao local e ele dizia que se lembrava de cair mas não falava sobre o assunto e continua a não falar”, explica a mãe, acrescentando que é um menino extrovertido e que não tem medos. Vanda Nunes recorda que nesse dia tinha ido a Santarém com a filha mais velha. Estavam na viagem de regresso a casa quando o marido ligou a contar o que tinha acontecido. “Quando ele contou pensei logo que o meu filho tivesse morrido. Até os médicos ficaram admirados como é que a queda do Tiago não teve consequências mais graves. Foi um milagre”, afirma a O MIRANTE.
Tiago recuperou os sentidos ainda no local do acidente e foi transportado pelos bombeiros ao Hospital da Estefânia, em Lisboa, onde ficou internado durante alguns dias. Sujeito a vários exames e afastados os piores prognósticos a criança teve alta hospitalar seis dias depois. Ficou apenas com algumas nódoas negras na cara e coxeava nos primeiros dias. Quatro anos depois Tiago tem falta de visão (vê 50% de uma vista e 70% de outra) e uma bolha interior que incha quando o menino chora. Estas são as únicas situações que os médicos dizem aos pais poder estar relacionada com a queda, mas sem certezas.
Depois do acidente a vida virou do avesso porque a família foi logo sinalizada pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Salvaterra de Magos. Tiveram que procurar uma nova casa e tinha que ser térrea. Durante dois anos foi muito difícil, conta Vanda Nunes, porque só encontravam apartamentos. Tentaram em Benavente, Samora Correia, Marinhais mas era sempre apartamento, o que nunca lhes foi permitido. “Assustaram-nos ao dizerem que se não morássemos numa casa poderiam retirar-nos os nossos dois filhos mais novos”, recorda a mãe. Há cerca de dois anos encontraram uma casa térrea à entrada da Azervadinha, concelho de Coruche. Vanda Nunes teve que deixar de trabalhar para acompanhar Tiago. “Faço alguns trabalhos de vez em quando mas tenho que ir pô-lo à escola de manhã e ir buscá-lo às 15h30. São as indicações que tenho da CPCJ. Assim é difícil ter um emprego fixo”, afirma.