Câmara de Salvaterra manda moradores fazerem passeios na via pública
Autarquia de Salvaterra de Magos respondeu a um munícipe que vive há um ano em Marinhais que não tem verbas para fazer passeios e que se ele quiser ter condições que faça os passeios sendo que a autarquia dá os lancis. O morador diz que não são as pessoas que vão fazer obras na via pública.
A Câmara de Salvaterra de Magos está a mandar as pessoas fazerem os passeios em frente às suas casas quando estas reclamam junto do município por melhores condições de circulação. Aliás, esta prática foi mesmo aprovada pelo executivo em reunião camarária com a justificação da falta de dinheiro. Delfim Lino, que vive na Rua José Martins Madeira, na freguesia de Marinhais, a 200 metros de uma creche, é um dos que reclamou a construção de passeios e que foi informado que não há verbas para o efeito e que há muitas estradas para alcatroar.
Delfim Lino pediu os passeios em Junho de 2023 por e-mail e ficou a saber que não os vai ter tão cedo e que também terá de ser ele a colocar as tubagens para o escoamento das águas. A autarquia dispõe-se a fornecer os lancis e a apoiar com os seus serviços de topografia. O MIRANTE sabe que a câmara municipal tem dado a mesma resposta a moradores de outras freguesias do concelho. “A câmara disse-me que não tinha verba e que há muitas estradas por alcatroar. Respondi que não era eu como contribuinte que ia fazer uma obra no espaço público”, refere o morador, reformado, que se queixa também que os carros circulam a alta velocidade numa zona com uma creche.
O presidente da câmara, Hélder Esménio, questionado por O MIRANTE, refere que esta “é a prática aprovada em reunião de câmara pois não nos é possível construir passeios públicos a pedido dos moradores uma vez que não temos disponibilidades financeiras para o efeito, situação bem evidente por ainda estarem muitas vias sem faixa de rodagem pavimentada”. O autarca acrescenta que “a escolha do local onde residir é de cada um e as pessoas decidem-no com o conjunto de infraestruturas que estão nesse momento disponíveis, no caso redes de água, esgotos, electricidade, comunicações, iluminação pública e faixa de rodagem pavimentada”, conclui.