Autarcas preocupados com a saúde do Hospital de Vila Franca de Xira
Autarcas da Câmara de Vila Franca de Xira reuniram com a administração do hospital da cidade e deixaram críticas ao funcionamento da unidade de saúde.
A tão esperada reunião entre os autarcas da Câmara de Vila Franca de Xira e a administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Estuário do Tejo, liderada por Carlos Andrade Costa, realizou-se na última semana foi uma mão cheia de nada, apurou O MIRANTE.
Na reunião estiveram presentes, além do conselho de administração da ULS, o presidente do município, Fernando Paulo Ferreira, a vereadora com o pelouro da Saúde, Manuela Ralha, o vereador da CDU Nuno Libório, o vereador da coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT) David Pato Ferreira e, representando o Chega, Bruno Bento. Ao que o nosso jornal apurou, o presidente do município não terá usado da palavra e coube à CDU, Chega e Nova Geração lançar as perguntas incómodas, muitas delas deixadas sem uma resposta directa, a começar pelas estatísticas sobre os tempos de espera nas consultas e nas urgências.
A reunião foi também falada na última secção de câmara, com David Pato Ferreira a criticar a falta de respostas da administração da ULS. “Não responderam porque motivo o tempo de urgência não melhorou desde o fim da parceria público privada (PPP) e o tempo para as consultas e exames. É isso que interessa às pessoas. Sou a favor do retorno da PPP na gestão e disse isso olhos nos olhos ao administrador”, afirmou. Os autarcas questionaram também a administração por que motivo existem contentores no edifício desde que a gestão do hospital passou para as mãos do Estado.
Já Bárbara Fernandes, do Chega, confirmou que Bruno Bento, que representou o partido na reunião, testemunhou “o estado caótico” do hospital. “Pela conversa para a administração do hospital está tudo fantástico, só não conseguiram foi explicar o porquê do desastre dos cinco milhões de euros negativos [nas contas]. Há um problema no Serviço Nacional de Saúde que se agrava de dia para dia e tem a ver com gestão e palas ideológicas, não com dinheiro”, criticou Bárbara Fernandes.
Já a CDU, pela voz de Nuno Libório, disse sair da reunião com muitas preocupações. “Confirmámos que a PPP que faz a gestão e exploração do edifício por 17 anos impõe um garrote ao funcionamento do hospital. Além da renda milionária de cinco milhões de euros acresce custos aos equipamentos, às alterações funcionais e processos de modificação do edifício. Até substituir telefones está sujeito a aprovação de fundo imobiliário”, criticou. Em comunicado a comissão concelhia do PCP já veio dizer que faltam hoje 33 médicos de família no concelho, resultando em dois centros de saúde sem médicos, o que perfaz um total de 50 mil utentes sem médico de família.