Sociedade | 23-04-2024 12:00

Vila Franca de Xira financia companhias de teatro com 330 mil euros

Inestética e Cegada vão receber 120 mil euros cada nos próximos três anos para financiar programação cultural. Cegada vai receber já este ano uma injecção adicional de 90 mil euros para compensar quebra dos apoios da Direcção-Geral das Artes graças a proposta da coligação Nova Geração.

Entre 2024 e 2026 as duas companhias profissionais de teatro do concelho de Vila Franca de Xira, a Inestética e o Cegada, vão receber 40 mil euros cada, por ano, até um total de 120 mil euros de dinheiros municipais, para desenvolverem uma programação cultural disponível à comunidade. Além destes apoios, aprovados em reunião de câmara, o município de Vila Franca de Xira também deu luz verde a uma proposta apresentada por David Pato Ferreira, da coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT), visando conceder um apoio extraordinário de 90 mil euros ao Cegada de Alverca, transferido trimestralmente até ao final do ano, para compensar a perda dos apoios da Direcção-Geral das Artes.
“Tenho dificuldade em perceber como se tratam coisas diferentes com tratamento igual. Há um aumento de 11% para um lado e 33% para o outro”, questionou o vereador David Pato Ferreira, lembrando que a Inestética já recebe apoios da DG Artes este ano, ao contrário do Cegada. “Não está o Estado central e a câmara a pagar duas vezes?”, notou. Já sobre o apoio extra dado ao Cegada o autarca lembrou que foi calamitoso a companhia liderada por Rui Dionísio perder os apoios da DG Artes. “Isso levou a companhia a cair desamparada e é para isso que serve esta proposta, para garantir que a companhia tem condições para continuar a sua actividade, que é de referência no panorama local e nacional”, afirmou.
A vereadora com o pelouro da cultura, Manuela Ralha, lembrou que os contratos programa de apoio às duas companhias de teatro foram criados no anterior mandato visando valorizar o trabalho destas companhias e dar-lhes melhores meios para continuarem o seu trabalho. Lembrando que as câmaras não têm competência nem capacidade para apoiar as companhias como tem o Ministério da Cultura, Manuela Ralha lembrou o trabalho meritório da Inestética e do Cegada para justificar a proposta.
“Estamos a falar de trabalhos diferentes e criações diferentes. A Inestética é multidisciplinar, com várias formas de arte. O Cegada faz um outro trabalho meritório de criação e programação, mais de programação e menos de criação. Um dedica-se ao teatro e outro ao cruzamento de várias artes”, justificou a autarca.
Com estes novos contratos-programa, a câmara também introduziu novas obrigações para as companhias, como a realização de residências artísticas e um festival ligado à infância e à juventude para dinamizar o Palácio do Sobralinho. A CDU votou as propostas favoravelmente, com Anabela Barata Gomes a lamentar que a cultura continue a ser esquecida e desvalorizada no país. “É a realidade e não vale a pena escamoteá-la. Há uma desvalorização que o Governo e a DG Artes tem feito à cultura, sobretudo ao Cegada, que desenvolve a sua actividade em instalações que todos conhecemos”, lamentou, aludindo à falta de requalificação e licenciamento da estrutura.

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