Sociedade | 27-04-2024 07:00

Falta saneamento em aldeias da freguesia de Bemposta

Falta saneamento em aldeias da freguesia de Bemposta
Presidente da Junta de Bemposta, Manuel Alves, diz não ser compreensível só existirem esgotos na sede de freguesia

Seis aldeias da freguesia de Bemposta, no concelho de Abrantes, não têm rede de saneamento instalada para desalento dos moradores e autarcas locais. Presidente do município garante que a limpeza das fossas e tratamento de efluentes são assegurados e diz que rede só será implementada se for técnica e economicamente viável.

Os habitantes de várias aldeias da freguesia de Bemposta, no concelho de Abrantes, vivem desde sempre sem rede de saneamento básico, utilizando fossas sépticas para o efeito e desagrado de muitos. O descontentamento é geral e foi manifestado num abaixo-assinado lançado pela CDU local que reuniu centenas de subscritores.
Em comunicado, o PCP de Abrantes lamenta que a população daquela freguesia enfrente uma “situação preocupante e inaceitável”. Considera que a falta de uma rede de esgotos “compromete não apenas a qualidade de vida, mas também representa uma ameaça directa à saúde pública e ao meio ambiente”, nomeadamente na “contaminação do solo e das linhas de água” por falta de tratamento adequado. O PCP reivindica, por isso, “a implementação de uma rede de saneamento básico eficaz em toda a freguesia de Bemposta, sem excepção” e a “construção das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) necessárias para garantir o tratamento adequado dos efluentes domésticos”.
A preocupação dos comunistas é partilhada pelo presidente da Junta de Freguesia de Bemposta, Manuel Alves (PS), que a O MIRANTE afirma ter “alguma mágoa” por estar a cumprir o seu último mandato autárquico sem saber se alguma aldeia da freguesia vai passar a ter rede de esgotos. “Não é muito compreensível só existirem esgotos na sede de freguesia”, refere, sublinhando que ter uma rede pública de esgotos não é o mesmo que ter fossas sépticas. De acordo com o autarca, as seis aldeias onde não há sistema de esgotos são Foz, Água Travessa, Chaminé, Vale de Açor, Vale de Horta e Brunheirinho, além de alguns aglomerados como o Baralho e casas mais isoladas.

Saneamento dependente de estudo de viabilidade económica
Contactado pelo nosso jornal, o presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Valamatos (PS), diz que cerca de 94% da população [do concelho] é servida por rede de drenagem e sistemas de tratamento de águas residuais, sendo que os restantes 6%, como é o caso de algumas localidades da freguesia de Bemposta, mas também de algumas habitações nas freguesias urbanas, que são servidos por saneamento básico através de fossas sépticas, o tratamento de efluentes é assegurado pela concessionária Abrantáqua” que garante o correcto encaminhamento dos efluentes.
O autarca adianta que foi recepcionado o “Estudo de viabilidade económica para a implementação do sistema de drenagem e tratamento de águas residuais nas localidades de Vale de Zebrinho, Água Travessa, Foz e Estação”, efectuado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e que está a ser analisado pela concessionária, nas componentes técnicas e económicas para eventual implementação de rede de drenagem de águas residuais.
“Com toda a certeza que existem locais em que será técnica e economicamente inviável a execução de rede de saneamento. Existem locais onde eventualmente será possível colocar rede de saneamento, mas para isso as pessoas vão ter de efectuar investimentos avultados para adaptar as suas casas à nova realidade”, refere, concluindo que, por esse motivo, existem 84 habitações dispersas por todas as freguesias do concelho, em localidades com rede de saneamento e que não estão ligadas.

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