Centro da vila da Chamusca continua voltado de pernas para o ar
Depois das promessas do presidente da câmara de que as obras de regeneração urbana estariam prontas em 2023, Paulo Queimado anunciou que ainda faltam concluir algumas etapas do processo. Obras têm gerado muita polémica, numa altura em que faltam poucos dias para o começo da semana da Ascensão.
As obras de requalificação urbana da Chamusca duram há muitos meses e era suposto estarem prontas no final do ano passado, segundo promessas do presidente da câmara, continuam a dar que falar pelas piores razões. Paulo Queimado anunciou na última sessão camarária, realizada a 16 de Abril, que ainda falta concluir algumas etapas do processo, nomeadamente a ligação do cine-teatro à Estrada Nacional (EN) 118, a frente do edifício dos Paços do Concelho e ligação ao edifício azul, a requalificação do passeio e colocação de passadeira na mesma zona, e a intervenção na zona do Jardim do Coreto, nomeadamente a ligação de iluminação pública.
Recorde-se que Paulo Queimado (PS) garantiu por várias vezes, em reuniões de autarcas, que as obras de requalificação da vila iriam estar prontas até 31 de Dezembro de 2023. A verdade é que os trabalhos continuam longe de estar concluídos e os constrangimentos para a população continuam a ser muitos. Um dos receios é que as obras possam ter influência na realização da semana da Ascensão, festa maior do concelho que se realiza no início de Maio com duração de nove dias. O presidente da câmara continua sem dar um novo prazo para a conclusão dos trabalhos, o que seria de esperar, tendo em conta que não cumpriu com a palavra em relação aos últimos que estipulou.
Obras envoltas em polémica
As obras de requalificação urbana da Chamusca custaram muitos milhões de euros aos cofres da câmara, mas não geraram consenso entre a população, sobretudo pelos danos causados. Em Outubro de 2023, O MIRANTE esteve com moradores e comerciantes da Rua General Humberto Delgado, uma das artérias que liga à estrada principal que atravessa a Chamusca, que se mostraram indignados por causa das várias inundações que sofreram devido às obras. No mês anterior, na Assembleia Municipal da Chamusca, a família proprietária da Farmácia Joaquim Maria Cabeça, situada junto ao Jardim do Coreto, partilhou os seus anseios sobre as possíveis consequências das obras na prestação do serviço à população, que dura há mais de um século, e apresentou algumas soluções que gostava de ver implicadas no projecto.
Já este ano, Sónia Lucas, mãe de dois filhos, um deles com cinco meses, precisou de ir à delegação da Segurança Social da Chamusca e queixou-se das dificuldades que teve para entrar no edifício. “É lamentável que não seja assegurada a acessibilidade dos munícipes numa rua que, por acaso, tem dois serviços públicos”, lamentou em conversa com O MIRANTE.