Queixas contra a Carris Metropolitana chegaram à Assembleia Municipal de VFX
Autarcas da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira alertaram para o elevado volume de reclamações que vão ouvindo nas ruas. O presidente da União de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz pediu soluções para servir as suas populações da zona rural da freguesia.
A Câmara de Vila Franca de Xira está a monitorizar diariamente o serviço prestado pela transportadora Carris Metropolitana no concelho e as reclamações que estão a entrar nos serviços para tentar ajudar a construir soluções que melhorem o transporte público rodoviário no concelho. Uma semana depois de O MIRANTE noticiar que já há registo de mais de duas mil queixas contra o serviço da empresa, o assunto foi levantado na assembleia municipal e foram exigidas melhores respostas.
“Perante o volume de queixas que tenho recebido enquanto eleito municipal pergunto qual é a percepção que a câmara tem do funcionamento do serviço”, questionou Nelson Baptista, eleito pelo Pessoas, Animais, Natureza (PAN). Também João Fernandes, do Bloco de Esquerda, quis saber os resultados da reunião havida entre a câmara e a empresa em Janeiro e Fevereiro e de que forma o serviço à comunidade foi ou vai ser alterado.
O presidente da União de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz, Mário Cantiga, aproveitou o facto de a assembleia se realizar em Alhandra para alertar para os vários problemas que se sentem nas ligações às zonas mais rurais da sua freguesia, a maior do concelho em área. “Os transportes ainda não são suficientes. Temos recebido imensas reclamações porque há necessidade das pessoas se deslocarem para os centros urbanos. Houve uma melhoria significativa mas faço votos para que a Carris Metropolitana encontre soluções para que consigamos levar mais igualdade ao que é muito desigual”, criticou.
“Olhar para uma folha de excel não resolve”
Na resposta, o presidente do município, Fernando Paulo Ferreira, confirmou que continuam a chegar reclamações ao serviço da empresa e que há muito caminho a fazer por parte da autoridade de transportes metropolitanos que trata da Carris Metropolitana. “Têm ouvido os municípios e isso é positivo, porque nós é que conhecemos os problemas e as pessoas. Estar a olhar para um computador ou uma folha de excel não chega para resolver os problemas. É preciso ouvir as pessoas”, criticou Fernando Paulo Ferreira, pedindo aos eleitos para que quando receberem reclamações as façam chegar aos serviços da câmara, para serem encaminhadas.
No primeiro ano de funcionamento da empresa no concelho foi preciso fazer muitos ajustamentos, segundo o autarca, em particular na quantidade de circulações e no tamanho e tipologia de alguns autocarros. “Após a medição da utilização das diversas linhas estamos agora a compreender que faz sentido mexer totalmente em algumas linhas e começou a fazer-se caminhos circulares com muito sucesso, como na Póvoa de Santa Iria”, explica. Um dos novos percursos circulares prestes a avançar será entre as estações de comboios da Vala do Carregado e de Castanheira do Ribatejo unindo-as ao hospital.
Mais de duas mil reclamações no Portal da Queixa
Tal como O MIRANTE já tinha noticiado, atrasos, má conduta dos motoristas, falta de autocarros e alterações inesperadas de carreiras são alguns dos motivos que já levaram os passageiros a apresentar 2.153 reclamações no Portal da Queixa relativamente à Carris Metropolitana, desde que esta empresa entrou em funcionamento em Junho de 2022. A maioria das queixas diz respeito à zona de Lisboa mas há registo de várias queixas no concelho de Vila Franca de Xira, em particular das ligações entre Vialonga e Lisboa e na falta de mais horários para acesso a localidades como Calhandriz ou São João dos Montes.