Autor de tentativa de homicídio em Tancos já tinha revelado sinais de agressividade
Homem de 60 anos agrediu um colega da comunidade de recuperação e reinserção social Novo Milénio, em Tancos, onde ambos residiam. A vítima, de 53 anos, foi levada para o Hospital de Abrantes mas acabou por ser transferida de urgência para o Hospital de São José, em Lisboa, onde está a recuperar. Agressor foi detido e encontra-se em prisão preventiva.
O agressor que feriu gravemente um homem de 53 anos em Tancos estava na comunidade terapêutica de recuperação e reinserção social Novo Milénio, nessa localidade, há pouco mais de duas semanas. Chegou à associação vindo de Peniche, tem 60 anos e vivia em situação de sem abrigo. Na sexta-feira, 12 de Abril, agrediu um colega com recurso a uma colher de pedreiro, deixando-o em coma. A vítima, também utente da comunidade Novo Milénio, já acordou do coma e está a recuperar positivamente no Hospital de São José, em Lisboa, para onde foi transferida no dia da agressão.
A comunidade Novo Milénio pretende retirar da rua homens em situação de sem abrigo e ajudar na recuperação de ex-alcoólicos e toxicodependentes. O agressor chegou à associação através de serviços de acção social e a situação seria temporária. Na primeira semana, como processo de iniciação, acompanhou o presidente da associação, Jorge Machado, que o achou uma pessoa calma, séria e pouco conflituosa. “Na minha presença sempre foi respeitador e calmo. No entanto, cada vez que virava as costas ligavam-me a reportar comportamentos de indisciplina e dificuldades em cumprir regras; por vezes, respondia de forma agressiva aos responsáveis pela casa”, conta Jorge Machado.
Na tarde de 12 de Abril, depois do almoço, a vítima e o agressor estavam a reparar uma das paredes da casa onde os membros da comunidade vivem, quando se desentenderam. Apenas outros dois membros estavam na casa quando a situação ocorreu e não se aperceberam de nada. Jorge Machado foi alertado por um residente de Tancos que estava a passar e viu a vítima, deitada no chão da rua a sangrar da cabeça. “Quando cheguei ao local, os bombeiros e a GNR já tinham chegado. Foi-me dito que a vítima teria caído do telhado, algo que já tinha acontecido. Achei estranho porque sabia que o trabalho dessa tarde seria reparar uma parede no rés-do-chão. Falei com ele que, meio inconsciente e sem capacidade de falar, me indicou por gestos que havia sido agredido”, conta o presidente da associação.
Questionado pela GNR, o agressor desvalorizou a situação e disse que se tinham desentendido, mas de forma normal. Mais tarde, com a chegada da Polícia Judiciária de Leiria, o homem de 60 anos mostrou-se agressivo e arrogante, sem vontade de colaborar, repetindo várias vezes que apenas iria falar na presença de um advogado. O suspeito foi detido na segunda-feira, 15 de Abril, e levado para primeiro interrogatório judicial, ficando em prisão preventiva.