Falhas no serviço de recolha de lixo já são rotina no concelho de Azambuja
Insatisfação com os resíduos acumulados e sujidade nos contentores, que estão meses sem serem lavados, é cada vez mais notória em Azambuja. Assunto voltou à assembleia municipal cerca de um mês depois de o serviço ter sido novamente adjudicado, por 10 milhões de euros, à empresa que o presta há 20 anos.
Um pouco por todo o concelho de Azambuja, e mais acentuadamente na vila sede do município, têm-se verificado constrangimentos na recolha de monos e lavagem e desinfecção de contentores do lixo. O problema não é de agora e tem reiteradamente motivado queixas por parte de moradores e autarcas que, na sessão da assembleia municipal de 30 de Abril, voltaram a pedir contas ao presidente do município.
A eleita pelo partido Chega, Fátima Pinto, foi uma das que deu voz ao problema, alertando para o “incumprimento por parte da Ecoambiente”, a empresa que há 20 anos é responsável pelos serviços naquele concelho e que, já este ano, venceu o concurso público para novo contrato, continuando assim responsável por essa missão durante mais oito anos, pelo valor de 9,9 milhões de euros (mais IVA).
Fátima Pinto diz ter reunido prova de que a lavagem e desinfecção não está a ser feita no prazo estipulado, de um mês, ao contrário do que o presidente da câmara, Silvino Lúcio, tinha referido em sessão anterior da assembleia municipal. “Temos autocolantes datados de 19 de Dezembro de 2023, um atraso de quatro meses e 11 dias; outros de 21 de Janeiro de 2024, atraso de três meses e nove dias; e outros de 2 de Fevereiro de 2024, quase três meses. Ou seja, do que vi nenhum está dentro do prazo definido no contrato”, afirmou, solicitando de seguida cópias das actas mensais das reuniões de coordenação da empresa com representantes do município, dos relatórios mensais do registo de lavagem dos contentores e de anomalias e dificuldades registadas.
Contentores não são lavados há meses
Também o presidente da Junta de Azambuja, André Salema (PS), se mostrou descontente com o serviço prestado pela empresa, afirmando que naquela freguesia persiste o problema com a recolha de monos e que os “contentores não são lavados há meses”, não perspectivando melhorias no serviço. “Independentemente das condições em que foi feito o concurso e em quem concorreu fico bastante apreensivo daquilo que vai ser o contrato com a empresa Ecoambiente”, disse, acrescentando que o presidente da câmara “tem de conseguir dessa empresa garantias” e que “está na hora de ler o contrato e colocar em prática coimas do que não é feito, porque os munícipes pagam e têm direito a um serviço em condições”.
Curto nas palavras, Silvino Lúcio, respondeu ao descontentamento dos eleitos dizendo que já tinham constatado que havia falhas e que deve ser reforçada a fiscalização, existindo para tal a “intenção” de alocar a essas funções um ou dois funcionários municipais.